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Por iniciativa do vereador Gilberto Natalini (PV), a Câmara Municipal de São Paulo realizou na noite desta segunda-feira (28) uma sessão solene para homenagear o médico Fernando José de Nóbrega, pioneiro da descrição da fenilcetonúria no Brasil. Graças aos estudos do médico, o diagnóstico da doença passou a ser feito nas crianças recém-nascidas. A adoção desse diagnóstico precoce criou o teste do pezinho, aplicado nos bebês para detectar inúmeras possíveis doenças.
Qualquer homenagem que façamos, quantas forem, serão poucas pela importância do professor Fernando na medicina, pediatria, no ensino médico e em seu compromisso social. Já demos a ele o título de cidadão paulistano e agora estamos homenageando-o mais uma vez por sua pesquisa pioneira. Graças a seus estudos o Brasil pôde tratar a fenilcetonúria, que se não tiver o acompanhamento devido pode causar doença mental, disse Natalini.
A tese de doutoramento do médico apresentada junto ao Departamento de Pediatria da Escola Paulista de Medicina discutia a prevalência da fenilcetonúria em crianças com deficiência intelectual. A incidência nessas crianças era 2,5 vezes maior do que a descrita em países onde se pesquisa adequadamente a entidade. Entre outras conclusões, propôs que o diagnóstico fosse feito ainda na fase de recém-nascido. Foi isso que fez com médicos lutassem pela implantação do diagnóstico precoce, dando, assim, origem à lei do pezinho, que com o tempo foi sendo estendida para outras doenças.
Me sinto muito feliz, é uma satisfação quando se tem mais de 20 anos de carreira, e eu já tenho um pouco mais que isso, saber que tem gente que leva a sério o trabalho que a gente realiza, disse o homenageado.
A fenilcetonúria é uma doença genética caracterizada pelo defeito ou ausência da enzima fenilalanina hidroxilase. A doença é autossômica recessiva e afeta aproximadamente um em cada dez mil indivíduos da população caucasiana. Praticamente todos os pacientes não tratados apresentam um QI inferior a 50.
(28/11/2011 21h13)