A Câmara Municipal de São Paulo aprovou no primeiro semestre a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar irregularidades na gestão do Theatro Municipal. O colegiado aprovou requerimentos, realizou diligências e ouviu pessoas que supostamente estariam envolvidas em um esquema que teria causado prejuízo de R$ 15 milhões aos cofres públicos.
O secretário de Comunicação da prefeitura, Nunzio Briguglio Filho, foi um dos citados na delação premiada do ex-diretor do Theatro, José Luiz Herencia, por ter se empenhado na contratação de um grupo estrangeiro por 150 mil euros, mas que não realizou a apresentação. “O maestro John Neschling deu a ideia de fazer o espetáculo com o grupo catalão ‘La Fura dels Baus’, e identifiquei uma oportunidade de marketing da cidade e a possibilidade de financiamento, caso eles nos apresentassem um projeto. Esse foi o único papel da secretaria. Não tinha nenhuma informação sobre o pagamento feito, porque não foi feito pela minha secretaria, e sim pelo Instituto Brasileiro de Gestão Cultural”, disse o secretário.
Os argumentos de Briguglio não convenceram os parlamentares da CPI, que decidiram entrar com uma representação no Ministério Público para que seja investigada a participação do secretário de Comunicação no pagamento de serviços nunca realizados e o fato de ele ter interferido em atividades que não eram de sua pasta.
O ex-diretor da Fundação José Luiz Herência e o ex-diretor do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural Willian Nacked prestaram esclarecimentos à CPI no primeiro semestre.
Os trabalhos do colegiado serão retomados no segundo semestre com a possibilidade de o maestro Neschling atender à convocação da Comissão Parlamentar de Inquérito.