A Presidência da Câmara Municipal de São Paulo informou que não vai negociar com os manifestantes até que haja a desocupação do Plenário, que foi ocupado por um grupo contrário ao Plano Municipal de Desestatização (PMD) da Prefeitura de São Paulo.
O presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), disse que pretende manter o diálogo para uma desocupação pacífica.” Não houve nenhuma concessão e eles têm liberdade para deixar o Plenário assim que quiserem. Não vou retirar a Polícia Militar e nem a Guarda Civil Metropolitana. Isso para garantir a segurança dos que estão no Plenário, mesmo porque alguns são menores [de idade].
Segundo ele, a proposta é a de que seja feita uma Audiência Pública após a realização da apresentação do substitutivo do PMD.
Jesus dos Santos, representante do Movimento Cultural das Periferias, afirmou que a ocupação é feita por uma série de movimentos sociais. “Nenhuma das propostas que fizemos foi ouvida. Estamos aqui em mais de 70 pessoas como sociedade civil. Queremos que entre na pauta o plebiscito para dialogar sobre as possíveis privatizações, concessões e alienações”.
Sessão Plenária
Os trabalhos desta quarta-feira precisaram ser transferidos para o Salão Nobre da Casa. Conforme acordado no Colégio de Líderes, estava prevista a primeira votação de pelo menos 62 projetos de vereadores.
No entanto, em vez da realização do Congresso de Comissões e da Sessão Extraordinária para que os parlamentares pudessem votar, foi aberto apenas o Pequeno e o Grande Expediente. O tempo foi usado para que os vereadores pudessem se posicionar em relação à ocupação do Plenário do 1º de Maio.
A líder do PSDB na Casa, vereadora Adriana Ramalho (PSDB), criticou a postura dos membros de movimentos sociais.
Segundo ela, as cadeiras onde os parlamentares costumam sentar foram chutadas. “Quando se faz paralisação grande ou pequena é de forma organizada e pacífica, respeitando o direito de ir e vir e os patrimônios públicos e privados. Não sou contra manifestações porque vim desse meio. Porém, a forma como está sendo feita não concordo. Não podemos agredir e nem quebrar”, disse a vereadora.
Já o vereador Reis (PT) justificou o ato. Ele acredita que uma série de situações na história política recente do Brasil fez com que os jovens entrassem no Plenário para promover a ocupação. “Tem que buscar o diálogo”, disse. “Na medida em que se impõe a violência, a resposta é mais violência”, afirmou Reis após a sessão no Salão Nobre.