O Dia do Índio, celebrado no calendário no dia 19 de abril, neste ano cairá num domingo. Por essa razão, a Câmara Municipal de São Paulo, na pessoa do líder do PV, vereador Penna, realizou nesta segunda-feira (13/04) solenidade para assinalar a data, no Auditório Prestes Maia.
Penna e o professor de história Luciano Delarth foram os palestrantes do evento, que foi iniciado por uma dança dos guaranis do Pico do Jaraguá, acompanhados por um violão e um violino.
O vereador Penna proferiu discurso em defesa das terras indígenas e lamentou massacres de populações ao longo da história. “Na verdade estão liberando mineração em terra indígena. Acho que o Brasil está retrocedendo. Nós temos de reativar a Comissão Pró-Índio de São Paulo. O cerne do problema é sempre o projeto fascista de deixar o Brasil distante de um horizonte mais plural”, comentou.
“Os pataxós, por exemplo, que inicialmente estavam em Minas, começaram a saltear as embarcações de ouro que vinham das minas no Segundo Império. Foram expulsos para o Sul da Bahia, que era uma região inóspita. Com o advento da Intentona Comunista de 1935, houve uma invasão militar a uma reserva pataxó. Foi o maior massacre de que se tem notícia”, continuou Penna, que concluiu: “Os territórios indígenas são os únicos pedaços do Brasil que são do povo, uma conquista popular. Querer fazer do Brasil um Canadá é um contrasenso. O Brasil plural é uma riqueza.”
Luciano Delarth criticou visões históricas distorcidas e o discurso conservador que são ministrados em sala de aula aos alunos a respeito dos silvícolas. “Vejo o quanto é problemático a gente atuar com livros didáticos absolutamente tendenciosos. A história indígena existe muito antes do que a gente supõe. Os índios não são uma sociedade estanque, um nicho exótico. Alguns livros também dizem que essa população está se reduzindo. É mentira”, garantiu.
O vereador Penna advogou ainda a criação de uma Secretaria Especial da Presidência da República para tratar das questões indígenas, sobretudo para proteger as populações das “frentes pioneiras”, que sofrem muito mais do que as estabelecidas nos grandes centros “Esses são ‘bucha de canhão’”.
O evento foi coordenado pelo Sátiro Terena, líder dos terenas.
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