Câmara Municipal homenageia centenário do arcebispo Dom Hélder

RenattodSousa

Câmara Municipal homenageia centenário do arcebispo Dom Helder

Legado e ação humanitária do religioso foram destacados pelos oradores

Dom Hélder Pessoa Câmara foi o único brasileiro indicado quatro vezes para o prêmio Nobel da Paz. Nascido em Fortaleza, Ceará, em fevereiro de 1909, o bispo católico foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e grande defensor dos direitos humanos durante o regime miltar brasileiro. Faleceu em 1999 e se destacou também por pregar uma igreja simples voltada para os pobres e a não-violência. Seu centenário seria completado em 2009, e devido a isso, nesta quarta-feira (25/03), a Câmara Municipal realizou encontro em sua homenagem, através do vereador Zelão (PT).

Durante o Regime Militar, o arcebispo foi perseguido por sua atuação social e política, sendo acusado de comunismo. Foi chamado de "Arcebispo Vermelho” e teve negado o acesso aos meios de comunicação social após a decretação do AI-5. sendo proibido inclusive qualquer referência a ele.

O vereador Zelão abriu o evento sublinhando os trabalhos de Dom Hélder junto à sociedade. Logo em seguida, o ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio contou que o arcebispo antes de se tornar padre ficava em dúvida se queria seguir a carreira política ou religiosa. "Ele foi, num país de grandes bispos, talvez o maior bispo do Brasil. Dom Hélder sempre esteve ligado aos movimentos sociais, foi o inspirador de todos os grandes movimentos sociais que existiram. Mesmo como religioso ele nunca abandonou o compromisso social.”

Como arcebispo-auxiliar do Rio de Janeiro, ficou conhecido como o "Arcebispo das Favelas". Plínio, que foi amigo pessoal do religioso, disse que apesar do grande trabalho político D. Hélder nunca teve ostentações. “Ele morava atrás de uma igreja, era uma coisa muito humilde: uma salinha e o quartinho dele."

Além do vereador e do ex-deputado a mesa da homenagem foi composta pela cônega Maria Emília da congregação de Santo Antônio e pelo Padre José Oscar Bioso, coordenador geral do Centro Ecumênico do Serviço de Evangelização e Educação Popular.

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