Luiz França/CMSP
A Praça e Memorial Vladimir Herzog, no Centro da capital paulista, foi inaugurado nesta sexta-feira (25/10). O espaço localizado nas imediações do Palácio Anchieta, na intersecção da Rua Santo Antônio e Praça da Bandeira, é uma homenagem ao jornalista morto em 1975 nas dependências do DOI-Codi durante o regime militar.
A proposta de alterar o nome da praça, antes denominada Jardim da Divina Providência, foi aprovada pelos vereadores em abril deste ano a partir do Projeto de Lei 217/2012, de iniciativa do ex-vereador Ítalo Cardoso (PT), e também assinado pela Mesa da Câmara, sob a presidência, na época, do vereador José Police Neto (PSD). A Praça e Memorial Vladimir Herzog também ganhou um mosaico baseado na obra 25 de outubro, do artista plástico Elifas Andreato.
Essa obra foi criada diante da indignação da foto publicada durante a ditadura militar como se o Vladimir Herzog tivesse se suicidado, relembrou Andreato. O mosaico, produzido pelo projeto Âncora, ficou lindo e essa homenagem é muito merecida, ressaltou o artista plástico.
O presidente da Casa, vereador José Américo (PT), sinalizou para a importância da praça e dos trabalhos voltados aos direitos humanos desenvolvidos pelo Legislativo. É uma singela homenagem que estamos fazendo ao Vladimir Herzog, um dos símbolos à resistência democrática. A Câmara Municipal tem as comissões que lutam pelos direitos humanos e não poderíamos deixar de fazer essa homenagem, destacou.
Quando Vladimir Herzog foi morto, o filho do jornalista, Ivo Herzog, tinha nove anos. Eu me lembro como tudo aconteceu e hoje, tantos anos depois, ver essa homenagem deixa toda a nossa família muito honrada. A Praça e o Memorial é uma forma de mostrar o símbolo que ele se tornou na tentativa de lutar contra a ditadura, afirmou.
Luiz França/CMSP
Praça e Memorial
As discussões para mudar o nome da praça iniciaram-se em 2012, durante os trabalhos da Comissão da Verdade Vladimir Herzog, sob a presidência do então vereador Ítalo Cardoso. Após procurar a família do jornalista e apresentar a proposta aos outros parlamentares, surgiu o Projeto de Lei 217/2012. É muita alegria e orgulho participar da inauguração dessa praça, que servirá para preservar a história e as pessoas saibam o motivo de o espaço ter esse nome, destacou Ítalo Cardoso.
Para o atual presidente da Comissão da Verdade da Câmara Municipal, vereador Gilberto Natalini (PV), é fundamental que o jornalista seja lembrado. Vladimir é uma figura que representa a luta. Além disso, a morte dele marca um momento em que o povo brasileiro passou da passividade para atos de coragem para enfrentar a ditadura, afirmou.
O diretor da Oboré Projetos Especiais em Comunicações e Artes – Sérgio Gomes, também participou das articulações para a mudança do nome da praça. O Vladimir queria um país justo e democrático, e ele conseguiu. Agora precisamos cuidar desse espaço com muito carinho, afirmou.
Luiz França/CMSP
(25/10/2013 – 14h37)