Na continuação do Seminário “O Esporte como Recurso Educacional em São Paulo”, da Comissão de Educação, Cultura e Esportes, no Salão Nobre, nesta segunda-feira (17/08), foi ouvida a palestra “O Esporte para Idosos na Cidade de São Paulo”, pronunciada pelo médico do Hospital da USP, Egídio Dórea.
O especialista dissertou a respeito das limitações dos idosos, das síndromes geriátricas e prescreveu o que é necessário para um envelhecimento saudável. “O envelhecimento acontece por fatores de nossas vidas que podem acelerar ou retardar o processo.”
Egídio falou também dos fatores de risco de queda na terceira idade. “Cerca de 30 a 40% de indivíduos com mais de 65 anos sofrem queda uma vez por ano. 50% dos indivíduos que caem não conseguem levantar sem o auxílio de uma pessoa para ajudar. A diminuição do tônus muscular é frequente nessa população.”
De olho nos equipamentos
Na sequência foi a vez de Edélcio Paschoalin, que fez parte da Secretaria de Esportes, fazer exposição sobre o funcionamento dos Centros Desportivos da Comunidade (CDCs) e outros espaços esportivos no município. Traçou a evolução da regularização dos CDCs. “Quantas áreas foram perdidas naquela época em função de não se ter uma legislação?”, questionou, ao abordar o período anterior à lei 13.718, de 2004, que disciplinou a organização desses equipamentos. “Os CDCs sempre funcionaram [até então] de forma individualizada, sem receber nenhuma verba pública para manter o espaço”, disse.
Em seguida, a coordenadora do Grupo de Trabalho de Esportes do Movimento Nossa São Paulo e ex-jogadora da seleção brasileira de vôlei, Ana Moser, e o presidente da Fundação Gol de Letra e tetracampeão mundial de futebol, Raí de Oliveira, apresentarem o painel “Iniciativa do Terceiro Setor no Esporte e Lazer”.
Raí defendeu uma política de esportes mais ampla e integrada. “A gente vê que para aproveitar ao máximo a atividade física falta uma política mais ampla de integração. O esporte tem de ser pensado globalmente. Uma pequena praça na Avenida Doutor Arnaldo, com um espaço para skatistas e idosos, tem um impacto maravilhoso, é um baita exemplo”, assinalou. E lembrou uma experiência, de quando jogava na França, de um clube de tênis amador. “Minhas filhas jogavam tênis lá. Todas as associações de tênis têm ligação direta com o Ministério dos Esportes e com a Federação de Tênis. Eu acabei ganhando dois jogos lá e para minha surpresa saiu um livro com a classificação de todos os que se inscreveram no clube no país inteiro, na modalidade tênis.” Raí contou que seu nome se encontrava ali relacionado, tendo passado para uma outra fase. “O Centro Olímpico não pode ficar dissociado dos CDMs e das escolas”, concluiu.
Centro olímpico e balanço do evento
Depois, a diretora do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, da Secretaria Municipal de Esportes, Maria Paula Gonçalves da Silva, a ex-cestinha Magic Paula, fez um arrazoado da missão, estrutura, recursos materiais e metas desse equipamento que coordena. O Centro Olímpico forma atletas de 10 modalidades e técnicos, de 7 a 17 anos. Dele foram originários mais de 120 atletas medalhistas olímpicos como Hortência (no basquete) e Montanaro (no vôlei). Paula tratou também da sua meta de implantar a Rede Olímpica, tendo como carro-chefe os Clubes-Escolas. “Nós sobrevivemos de 2001 a 2005 com recursos de locações. Isso foi eliminado na gestão do Serra, o que eu acho que foi uma boa sacada [no sentido] de o esporte ter seu orçamento. A partir de 2005, foi feita uma reforma completa do espaço”, relatou. Os atletas também contam no Centro com acompanhamento médico, odontológico, fisioterápico, psicológico e social. “A gente sentia necessidade da interface entre todos os equipamentos da Secretaria com o Centro Olímpico”, sublinhou, ao defender a Rede Olímpica.
“Para mim, o Seminário foi um banho de informação, conhecimento e reflexão sobre a questão do esporte na cidade de São Paulo. Embora haja um esforço grande por parte dos secretários e do próprio prefeito, a gente ainda vê que o esporte é tratado de uma maneira lateral, pequena. A gente precisa ter o esporte como uma política pública mais evidente. Há até a ideia de fazer um Plano Municipal de Esportes, onde houvesse, inclusive, uma previsão orçamentária mais fixa. Falta uma rotina para a atividade esportiva de longo prazo. A gente está só à mercê desse ou daquele programa”, enfatiza o presidente da Comissão, vereador Eliseu Gabriel (PSB).
“Quando trazemos pessoas dessa importância, como Ana Moser, Raí, Magic Paula, todos eles envolvidos em ações sociais, isso mostra a importância da política pública como alavanca de saúde e de educação”, acredita o vereador Marco Aurélio Cunha (DEM).
Prestigiaram o Seminário no período da tarde os vereadores Eliseu Gabriel, presidente da Comissão; Marco Aurélio Cunha, vice-presidente; Claudinho (PSDB), Alfredinho (PT), Gilson Barreto (PSDB) e Aurélio Miguel (PR).
|