Criado para melhorar a mobilidade e a segurança de motociclistas na cidade, o projeto Faixa Azul completou três anos de implantação e para comemorar os resultados, um novo trecho de 3 km foi inaugurado na manhã desta quarta-feira (22/1) na avenida das Nações Unidas, em Jurubatuba. A ampliação do projeto e autorização de implantação foi assinada pelo secretário municipal de Mobilidade Urbana e Transporte, Celso Jorge Caldeira, o secretário-executivo da pasta, Gilmar Miranda, o presidente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Hemilton Inouye, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o vice-prefeito Coronel Mello Araújo (PL).
O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Ricardo Teixeira (UNIÃO), representou o Legislativo na cerimônia. Ele foi responsável pela implantação da Faixa Azul na capital paulista, sendo que o primeiro corredor foi ativado em 25 de janeiro de 2022. O trecho inaugural tinha 5,5 km de extensão e foi implantado na avenida 23 de Maio, no sentido Aeroporto, entre a Praça da Bandeira e o Complexo Viário Jorge João Saad.
O parlamentar ressaltou a segurança viária trazida pela Faixa Azul e afirmou que a Câmara vai debater o transporte por mototáxi em São Paulo. “Estamos salvando vidas, ampliando a quantidade de quilômetros da Faixa Azul. Sobre o mototáxi eu discordo da ideia, porque se hoje morrem 1,3 pessoas instantaneamente no asfalto por dia, se você colocar uma pessoa na garupa esse número vai aumentar. Eu concordo com o prefeito sobre não dispor de um serviço como esse sem uma regulamentação municipal”, declarou Teixeira.
A vereadora Amanda Vettorazzo (UNIÃO) também participou da inauguração e deu apoio à ampliação da Faixa Azul. “Quando falamos de cidades inteligentes é exatamente isso que queremos, colocar a engenharia para implementar projetos que salvam as vidas e trazem mobilidade e fluidez ao trânsito”, disse.
O prefeito Ricardo Nunes trouxe números para embasar a segurança da Faixa Azul para os motociclistas e disse que as próximas implantações da política pública vão acontecer nas avenidas do Estado, Jacu Pêssego e Roberto Marinho. Ele explicou que o critério é fazer a faixa onde acontecem mais acidentes.
“Estamos na semana do aniversário da cidade, que vai completar 471 anos no dia 25, e temos feito comemorações e entregas. Nós tivemos uma redução de 47% no número de óbitos nas vias onde a Faixa Azul foi implantada. Infelizmente, na cidade como um todo houve aumento nas mortes de motociclistas. Em 2023 foram 403 óbitos e em 2024 subiu para 483 óbitos, acompanhando o aumento de motociclistas em São Paulo, que saiu de 800 mil motos em 2014 para 1,3 milhão de motos em 2024”, revelou ao enfatizar a necessidade de ampliar a Faixa Azul exatamente pelo crescimento do uso de motocicletas na cidade.
Faixa Azul é copiada em outras cidades
A Faixa Azul é um projeto inspirado em experiências internacionais, implantado de forma pioneira em São Paulo no Brasil para trazer mais segurança aos motociclistas, harmonia entre os modais e reorganizar o tráfego. Com a inauguração na avenida das Nações Unidas, a cidade tem hoje um total de 215,2 km de Faixa Azul em 46 vias. Outros municípios que adotaram essa política foram Santo André, Rio de Janeiro e Recife.
O presidente da CET, Hemilton Inouye, afirmou que a meta da Prefeitura é dobrar a extensão do projeto, chegando a 400 km de Faixa Azul para reduzir os acidentes fatais com motociclistas. Gil dos Santos, presidente do SindimotoSP (Sindicato dos Mensageiros, Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas Intermunicipal do Estado de São Paulo), endossou a importância da Faixa Azul. “Para quem anda de moto, sabe a importância que ela tem ao trazer segurança, quando usada com consciência e controle de velocidade. Para nós a Faixa Azul está trazendo tranquilidade e segurança”, ponderou.
Sobre a situação da plataforma de transporte de passageiros, a empresa 99, tentar operar o serviço de mototáxi na cidade, o sindicalista Gil foi taxativo. “No primeiro momento a gente se colocou contra a forma como a 99 vem explorando o transporte de passageiros em São Paulo, justamente porque a nossa atividade é regulamentada pela Lei federal 12.009/2009. A empresa não observou nenhum desses parâmetros e colocou pessoas que não estão devidamente habilitadas para transportar passageiros, ainda mais em uma cidade que tem o trânsito de São Paulo. A 99 precisa entender que é necessário haver uma discussão na Câmara dos Vereadores e um Projeto de Lei Complementar às leis que já tem e não à revelia, da forma que ela quer”, expôs.
Confira abaixo o álbum de fotos, disponível no Flickr da CMSP. Crédito: Douglas Ferreira | REDE CÂMARA SP