Formação profissional é um dos principais desafios da cadeia produtiva do audiovisual. Durante o 1º Encontro Setorial da Indústria Cinematográfica e Audiovisual, em uma iniciativa do vereador Aurélio Nomura (PSDB), do SindCine (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual) e NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), realizado nesta segunda-feira (11/4) na Câmara Municipal de São Paulo, os participantes sinalizaram que esse é um dos um dos grandes gargalos que a categoria enfrenta.
Para o presidente da Apro (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais), Paulo Roberto Schmidt, o poder público deve incentivar as escolas técnicas e o Sistema S – rede de escolas, laboratórios e centros tecnológicos – para ajudarem na capacitação dos profissionais. “A discussão que realizamos é muito importante, porque o audiovisual vem crescendo e se consolidando no Brasil, mas ainda temos problemas com a capacitação profissional. Por exemplo, no mercado faltam roteiristas e diretores”, explicou.
Ele ainda comentou a importância do setor para aquecer a economia do país. “A indústria cinematográfica e audiovisual gera empregos e muitos recursos. Esse setor na Alemanha é responsável por 10% do total do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto no Brasil é de pouco mais de 5%. Por isso, o nosso país deve olhar com importância para essa área para que, por meio da qualidade do que produzimos, possamos ganhar espaço”, disse.
O chefe de elétrica de cinema e professor de iluminação do Senac-SP Álvaro Crespi de Brito concordou com Schmidt. “Os métodos de trabalho, por conta da tecnologia, são muito questionados. Precisamos discutir o rito de formação dos nossos profissionais, porque indústria sem formação profissional é complicado”, comentou.
O presidente da NCST, Luiz Gonçalves, falou sobre a importância de realizar esse debate para que os profissionais tenham um trabalho digno. “O importante é identificar os problemas que a categoria enfrenta, principalmente na atual conjuntura econômica nacional, para que possamos gerar mais empregos e dar dinamismo para a indústria cinematográfica e audiovisual”, explicou.
O vereador Aurélio Nomura disse acreditar que esse debate refletirá em melhorias para a indústria cinematográfica e audiovisual. “É fundamental discutir as novas tendências do mercado para que se busque melhores condições para trabalhadores dessa área, principalmente as mulheres. O setor é dinâmico e de suma importância para os municípios e para o Brasil. Precisamos garantir que a indústria continue aqui e precisamos oferecer condições para isso. São Paulo tem condições para ser a capital do audiovisual e vamos trabalhar com essa meta”, disse.