Há 29 anos, um paulistano da Vila Sônia, descendente de espanhóis, ganhava a primeira medalha de ouro da história do judô brasileiro nos Jogos Olímpicos, em Seul. O feito de Aurélio Miguel ajudou o esporte a cair definitivamente no gosto popular, e também a garantir um lugar cativo nos pódios.
Do primeiro ouro de Miguel, em 1988, ao último com Rafaela Silva, em 2016, o judô se tornou um dos esportes que mais rendem medalhas ao País.
Esse contexto vitorioso tem um significado especial para São Paulo. Isso porque, segundo a Federação Paulista de Judô, cerca de 70% das atividades relacionadas ao esporte em território nacional se concentram no Estado. A massiva imigração japonesa a partir do início do século passado ajuda a dar sentido aos números.
O presidente da entidade esteve na Câmara Municipal de São Paulo nesta sexta-feira (18/8), em comemoração ao Dia do Judô. Alessandro Puglia ressaltou que a prática da modalidade, nas academias e associações, vai além de medalhas ou metas olímpicas.
“É uma ferramenta de inclusão social. Um instrumento comprovadamente educacional e que transforma a vida de muitos jovens. Esse é o marco do judô: educação, disciplina e respeito”.
O viés social do judô, mencionado por Puglia, é personificado pelo jovem atleta Marcelo Gomes. Aos 17 anos, ele já comemora o vice-campeonato no mundial, conquistado no Chile, no último domingo. Considerado uma das promessas da nova geração, ele afirmou que teve a vida transformada pelos tatames.
“Eu [quando penso no futuro] quero chegar cada vez mais longe, disputar competições internacionais, e quem sabe, uma Olimpíada. Mas hoje o judô já me deu muita coisa, muitas oportunidades: o estudo, as amizades, e a chance de viajar pelo mundo e conhecer pessoas novas”.
A Sessão Solene, realizada no Salão Nobre, homenageou mais de cem pessoas ligadas direta ou indiretamente ao judô. A iniciativa foi do vereador Toninho Paiva (PR).
“Penso que a Câmara Municipal tem a obrigação de incentivar um esporte como esse, que deveria fazer parte de toda grade escolar. Então, hoje nós estamos realizando essa homenagem para reconhecer, professores, educadores e lembrar que o judô não é só um esporte, mas também, educação”.