O bairro mais italiano de São Paulo, a Mooca, está completando, neste mês, 452 anos. Muitas das lembranças e histórias tornaram a região uma das mais queridas da cidade. Para homenagear seus moradores a Câmara Municipal realizou, na terça-feira (12/8), sessão solene no auditório da Universidade São Judas Tadeu, localizada no bairro. A iniciativa foi da vereadora Myryam Athiê (PDT).Inicialmente chamado de Arraial de Nicolau, onde Brás Cubas construiu a capela de Santo Antonio, o nome atual do bairro surgiu no século XVI, quando os índios, curiosos com a chegada dos habitantes brancos que começaram a construir suas casas, diziam moo-oca (moo = faz, oca=casa). A herança indígena ainda existe hoje no nome de muitas ruas do bairro, como por exemplo, Javari, Taquari, Cassadoca, entre outras.Mas foi a imigração italiana, cujo início se deu no século 19, que contribuiu para as principais características do bairro. Meus pais vieram da Itália e foram se alojar na Rua João Antonio de Oliveira, onde construíram sua casa. Eu e mais sete irmãos nascemos aqui e aqui fomos criados, por orgulho da família, conta um velho morador, Elias Pássaro.Seus moradores consideram que a família, a boa vizinhança e a preservação dos costumes são fundamentais na história da Mooca. Este bairro representa aquilo que nós temos de mais sagrado na nossa vida que é a família. A Mooca ainda é um bairro estritamente familiar, é aquele bairro onde as pessoas conversam nas calçadas e se encontram aos domingos para comer a macarronada da mama, destaca a vereadora Myryam Athiê. A Mooca progrediu muito nos últimos anos, mas não perdeu o que tem de mais sublime, que é o seu sotaque, sua gente.
|