A Câmara Municipal de São Paulo abriu suas portas, nesta terça-feira (dia 31), para a realização do debate “Drogas – diagnóstico e tratamento do abuso e dependência”. Promovido por iniciativa do vereador Gilberto Natalini, o evento dá continuidade a uma série de encontros que vêm ocorrendo na Casa para discutir os efeitos e as possíveis alternativas à questão das drogas no município de São Paulo.
“É um trabalho muito grande. Um esforço enorme de conscientização, criação de oportunidades terapêuticas, recuperação, prevenção e abuso de álcool, tabaco e drogas. É muito difícil vencer essa guerra, combatemos o problema aqui no centro enquanto nossas fronteiras são espaços abertos para os traficantes transportarem o quanto quiserem de drogas”, disse Natalini.
Como hoje é comemorado o Dia Mundial Sem Tabaco, o evento tratou principalmente das chamadas “drogas do dia-a-dia”. De acordo com o conceito farmacológico aceito na comunidade médica, droga é toda e qualquer substância que, quando introduzida num organismo vivo, gera alguma alteração no mesmo. Partindo desse pressuposto, o debate procurou mapear a situação do consumo de álcool, tabaco e remédios em São Paulo.
Para o médico Luiz Alberto Chaves de Oliveira, coordenador de Atenção às Drogas do município, a sociedade precisa se perguntar se de fato está sendo feita uma fiscalização eficiente na comercialização e no consumo dessas substâncias. “E uma outra indagação: temos ambientes de tratamento e orientação suficientes para os dependentes dessas drogas legais?”, completou.
Os médicos estimam que somente no ano de 2011 seis milhões de pessoas morrerão por decorrência do consumo de tabaco. Desse total, 200 mil só na cidade de São Paulo. Um dos responsáveis pela lei que proíbe o fumo em ambientes fechados, Chaves de Oliveira afirmou que não é contra as opções individuais, mas sim a favor da qualidade de vida.
O vereador Gilberto Natalini informou que já estão em tramitação na Casa dois projetos de lei relativos ao tema. O primeiro quer inserir nas atribuições do Conselho Municipal de Políticas Públicas de Droga e Álcool (Comuda) o tabaco. O outro pretende criar sedes regionais do Comuda para atuarem em cada subprefeitura da cidade.
Também participaram do encontro José Florentino dos Santos, presidente do Comuda; Edson Aparecido, chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Participação e Parceria; e Stella Regina Martins, diretora do Programa de Atenção ao Tabagista CRATOD SES/SP.
(31/05/2011 15h40)