Priscila Vilela é estudante de Turismo no IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo). Depois de ser barrada na entrada do Campus por diversas vezes, resolveu encaminhar uma carta formal à Reitoria. Ela se deu conta de que estava sendo discriminada pelos seguranças.
“Uma das coisas que escrevi na carta foi que o meu caso deve ser estendido à sociedade. A todos aqueles que frequentam e que não frequentam. Isso precisa acabar”.
O relato de Priscila foi feito nesta quinta-feira (17/8) na Câmara Municipal de São Paulo, em um debate promovido pelo próprio IFSP, onde ela estuda. A entidade tem comitês dedicados ao desenvolvimento de ações voltadas a indígenas, negros e LGBT´s que buscam, além da autoafirmação, combater casos de discriminação.
O Pró-reitor de extensão do Instituto, Wilson de Andrade, acredita que a discussão deve ultrapassar os limites do campus e provocar uma reflexão em toda a população.
“A gente tem de pensar em um currículo que seja acolhedor. Mas se nós pensarmos em uma instituição como a nossa, não basta termos apenas disciplinas que façam essas discussões”.
Para a vereadora Samia Bomfim (PSOL) o preconceito, em várias esferas, atrapalha diretamente a evolução de políticas públicas para esses grupos.
“A sensação que eu tenho é que a presença desses setores oprimidos nos espaços de poder incomoda, de alguma forma, as pessoas que sempre ocuparam esses espaços. E é por isso que não existem políticas reais, efetivas de inclusão em espaços de poder”, disse.