Oficializado em 1975 pela ONU (Organização das Nações Unidas), o Dia Internacional da Mulher é celebrado desde o início do século 20, e segue até os dias atuais, para relembrar a luta por direitos e a busca pela igualdade de gêneros.
Em comemoração a data, com apoio do vereador André Santos (PRB), do Instituto Mulheres Solidárias e da OBME (Organização Brasileira das Mulheres Empresárias), a Câmara Municipal realizou um encontro com o tema “representatividade, autonomia e valorização da mulher” para falar sobre a ocupação dos espaços e o lugar de fala da mulher na sociedade. O evento aconteceu no Salão Nobre do Palácio Anchieta.
“A ideia foi prazerosa, ainda mais pelo fato de saber que a desigualdade vem sendo muito grande, principalmente no que diz respeito ao salário entre os gêneros. Hoje, no Brasil, a média de desigualdade entre o valor do salário do homem e da mulher é de 37%. Então, cabe a nós homens também apoiarmos as mulheres nessa luta, nessa batalha para que os direitos que elas têm sejam, então, reconhecidos”, afirma o vereador André Santos.
Ana Karin, coordenadora estadual do PRB Mulher, ressaltou a importância da ocupação do espaço político pelas mulheres. “Eu acho que a mulher tem que fazer parte da política, ela tem um olhar que vem do coração, não é só razão, e ela faz a diferença. Ter sido prefeita de Cruzeiro (SP) por oito anos foi uma sensação positiva de poder ter contribuído com meu município e, agora, como coordenadora do PRB Mulher, vou continuar com as políticas públicas para todas as mulheres, incentivando que elas entrem na política”.
Para Jaqueline Meirelles, vice-presidente do Instituto Mulheres Solidárias, é motivo de honra estar presente numa Casa que é basicamente masculina, no Dia Internacional da Mulher, onde o destaque é o empoderamento.
“O empoderamento feminino que a gente tanto fala não é dar poder à mulher, é dar coragem para que ela se sinta empoderada para enfrentar os problemas e as adversidades da vida. E, o meu papel hoje é justamente esse”, diz.
Durante a noite, 11 mulheres foram homeageadas pela sua contribuição na sociedade. Cíntia Oliveira, tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo foi uma delas.
“É bastante gratificante, o dia 8 de março é um dia que representa muito para todas nós mulheres, é um dia que simboliza a conquista da mulher na sociedade e que também nos leva a um momento de reflexão de que nós temos muita força para conquistar muito mais. Então, é bastante gratificante estar sendo condecorada”, afirma.
Silvana Saraiva, presidente da FEAFRO (instituição internacional que representa o principal bloco econômico africano no Brasil e na América Latina), destacou a importância de uma mulher estar à frente da instituição. “O mundo está mudando, as mulheres estão tomando espaço nos negócios, na política, na sociedade, na qual, antes, ela não tinham”.
Segundo Saraiva, o Dia da Mulher é importante para que a tomada de consciência de que a luta feminina é muito para além do que já tem sido. “Ela ainda é de recolocação profissional, ainda é de igualdade e, principalmente, de igualdade racial, porque a mulher negra além de lutar pela igualdade de gênero ela ainda luta pela igualdade racial, então são duas lutas”, declara.
Mulheres no comando
Segundo levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado na última quarta-feira (7/3), as mulheres são minoria nos cargos de liderança. Mesmo representando mais da metade dos trabalhadores brasileiros (51,7%), apenas 37,8% estão em cargos gerenciais.
Para Lilian Schiavo, presidente da OBME, o que existe é chamado ‘teto de vidro’. “As mulheres chegam num nível de gerência porque elas são a maioria nos bancos universitários, são maioria nas empresas, o problema é conseguir ultrapassar esse teto de vidro, que é o que buscamos hoje explicando para as empresas que quando eles têm mulheres na liderança, em cargos de CEOs, de presidência e diretoria, o lucro obtido é muito maior”, explica.
Schiavo também fala sobre a importância da união entre gêneros para fortalecer essa luta. “Eu tenho visto que as mulheres estão se unindo, e eu acho isso é muito importante, mas precisamos dos homens também. A ONU fala HerForShe porque não vai haver mudança no mundo se a gente fixar sozinha. Precisamos que os homens entendam o que nós passamos, e que eles também lutem conosco para que a gente possa conseguir uma igualdade de gênero o mais rápido possível”.
Além dela, compuseram a mesa a advogada Kátia Boulos, Edna Macedo, Marly Lamarca, Silvana Saraiva, Alcisleu Pego, Rose Correa, Cíntia Oliveira, Gislaine Caresia e a mediadora Ana Karin.