A Sociedade Paulista de Medicina Veterinária realizou nesta sexta-feira (7/8) na Câmara Municipal de São Paulo um simpósio para discutir a leishmaniose visceral canina. A zoonose é transmitida por meio da picada do mosquito-palha e acomete os cães, considerados, no ciclo urbano de transmissão um dos principais reservatórios por meio do qual o homem pode se infectar.
Durante o simpósio, os especialistas falaram sobre a necessidade da detecção precoce da leishmaniose nos cães infectados para ajudar a controlar a expansão dessa doença comum em países tropicais, subtropicais e temperados. No Brasil, a principal forma adotada pelo Ministério da Saúde para evitar a patologia é a eutanásia de animais infectados.
“Em São Paulo, acredita-se que a leishmaniose veio por meio de animais contaminados. O cão doméstico é picado pelo mosquito e se torna infectante. Não existe tratamento para cachorros, mas existem medidas que podem ser adotada para que a doença seja controlada, como o uso de coleiras com inseticidas que afastam os mosquitos do animal”, explicou a professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo Eunice Aparecida Bianchi Galati.
O diretor técnico de uma empresa de saúde animal, Francisco Anilton Alves de Araújo, é contra a eutanásia de cachorros contaminados. “Existe no Brasil uma vacina que tem características preventivas e deveria ser utilizada em todos os cães. A eficácia já foi comprovada e é utilizada em áreas endêmicas”, declarou.
O professor e veterinário Fábio Santos Nogueira explicou que nem sempre o animal picado desenvolverá a doença. “Na Europa a opção é tratar os cães e não fazer a eutanásia. Porque mesmo depois da infecção o cachorro pode não ter a enfermidade. Tem alguns animais que conseguem até mesmo eliminar espontaneamente a patologia”, disse.
muito importante conscientizar e prevenir, não só os veterinários mas principalmente a população. Escolas tb devem fazer palestras para as crianças…
A postura do Ministério Saúde condenando à morte milhares de cães, vítimas como nós, deve ser revista imediatamente. Veterinários são os profissionais a quem cabe a decisão de tratar ou não!