Nesta sexta-feira (11/8), a Câmara Municipal de São Paulo sediou a abertura da 1ª Conferência Municipal de Carnaval de Rua, que tem como tema “O Carnaval é a Gente que Faz”. O evento, que reuniu 155 blocos e marca os 10 anos do Manifesto Carnavalista, tem como objetivo fortalecer a defesa do carnaval de rua e buscar maior diálogo com o Executivo.
A conferência tem o apoio da vereadora Silvia da Bancada Feminista (PSOL) e foi uma das primeiras demandas trazidas pelos coletivos nas reuniões da Frente Parlamentar em Defesa do Carnaval de Rua, que discute desde o final do ano passado a realização da festa em São Paulo. O evento termina neste sábado, na Funarte, e terá três eixos de discussões: direito à cidade, 10 anos da retomada do carnaval de rua e diversidade.
A vereadora Luna Zarattini (PT) afirmou que a ideia da conferência é fazer uma ponte com a Prefeitura, levando a resolução que será debatida neste sábado. “Vamos nos encontrar com a Secretaria de Cultura e a Prefeitura de São Paulo para que a gente possa levar essas demandas e garantir que não só os megaeventos tenham chance na cidade, mas que os blocos de rua que trazem uma tradição, estão nos bairros de São Paulo e que estão na periferia também tenham vez e voz”.
Entre as apresentações dos blocos, os participantes fizeram também apontamentos sobre a dificuldade de diálogo com o Executivo, repressão policial e excesso de burocracias. Para a vereadora Silvia da Bancada Feminista, que preside a Frente Parlamentar, o maior desafio é garantir a democracia e que as decisões da Prefeitura passem pelos blocos. “E, principalmente que o carnaval não tenha esse cerceamento que tem tido principalmente nesse último ano. Foi um carnaval que ficou muito sufocado por várias regras, que não foram decididas pelas pessoas que constroem o carnaval. Então, a administração, o Executivo, precisam olhar e ouvir os blocos para participar, inclusive, desse processo de construção democrática do que a gente quer para o carnaval de rua de São Paulo”.
Candinho Neto, presidente da ABASP (Associação das Bandas Carnavalescas de São Paulo), diz que seu bloco possui ajuda de custo seguindo a Lei nº 14.485, de 19 de julho de 2007, que consolida a Legislação municipal referente a datas comemorativas, eventos e feriados do município de São Paulo. Mas, para ele, ainda não é o ideal. “O carnaval de rua existe porque ele é bravo, porque ele tem muita gente como essas aqui. E essa conferência visa exatamente mostrar para a Prefeitura que o governante, principalmente da cultura, deveria olhar para o carnaval de rua. Eles não fazem isso, o que é lamentável”.
Também estavam presentes os vereadores Hélio Rodrigues (PT) e Luana Alves (PSOL); a deputada estadual Ediane Maria (PSOL-SP) e as deputadas federais Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Juliana Cardoso (PT-SP).