Mais uma vez os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os danos ambientais na cidade não ficaram satisfeitos com as informações prestadas pelos técnicos da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb). Nesta terça-feira (05/05), compareceram à CPI os técnicos Luiz Carlos Rodrigues e Antonio José Xavier Casanova, além da advogada Márcia Duarte, do Departamento Jurídico da Cetesb. “É triste, pois um joga para o outro. Ou é aqui ou é lá. Não há uma organização das informações”, desabafou o vereador Juscelino Gadelha (PSDB). “Pelo que entendemos a população paulistana está comprando água mineral de fonte contaminada, a qual a Cetesb tem a informação, mas não alerta os consumidores, que, com o tempo, pode prejudicar a saúde das pessoas.”
Na esperança de acabar com esse jogo de empurra-empurra, Gadelha informou que “a Câmara Municipal, por meio da presidência da CPI e da Mesa Diretora, vai contratar o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para analisar sete fontes de água mineral localizadas em solo contaminado da região do Jurubatuba, na zona sul da cidade.”
E mais: “Vamos buscar a verdade para que nós possamos ter nossos laudos e, por meio deles, contestar ou apoiar os laudos da Cetesb e da Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde) ou até mesmo do governo federal. Hoje, pelo que a gente percebe aqui é que as coisas estão muito confusas e a população continua consumindo água mineral sem saber o que realmente existe nela. É um dado preocupante para nós.”
Citando laudo da própria Cetesb, Gadelha informou que a Fonte Santa Lucia, na região do Jurubatuba, contém 2,03 de fluoreto (flúor) por mililitro de água e a Fonte Sant’Ana, na mesma região, tem 2,14 por mililitro.
“O máximo permitido pela legislação é de 1,5. E, no caso de ultrapassar a 2,0, os rótulos dos garrafões devem trazer, em negrito, o aviso de que na água existe tanto de fluoreto”, destacou Gadelha. “Além disso, deve informar que o consumo diário do produto não é recomendável para lactantes e crianças até sete anos", concluiu ele.
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