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Campanha Fevereiro Roxo conscientiza sobre Lúpus, Fibromialgia e Alzheimer

Exercício físico é fundamental nos três casos

Por: ANDREA GODOY
DA REDAÇÃO

4 de fevereiro de 2025 - 10:00

Conhecer os sintomas de doenças crônicas para permitir o tratamento precoce é o objetivo da campanha Fevereiro Roxo, que alerta sobre o Lúpus, a Fibromialgia e o Alzheimer. Apesar de não terem cura, é possível minimizar as complicações e melhorar o bem-estar dos pacientes com tratamento medicamentoso associado à mudanças no estilo de vida.

A prática de exercícios físicos é recomendada pelos médicos nos três casos como aliada no tratamento e prevenção de agravos. A seguir, a médica reumatologista, Dra. Nafice Costa Araújo, membro da Comissão de Lúpus da SRB (Sociedade Brasileira de Reumatologia) e secretária-geral da diretoria executiva da entidade, fornece as informações mais relevantes para a conscientização sobre os cuidados com o lúpus e fibromialgia, que costumam ter diagnóstico tardio, já que os sintomas podem se confundir com os de outras doenças. Na reportagem seguinte, que irá ao ar no Portal da Câmara no dia 6, abordaremos a doença de Alzheimer.

Lúpus

A dra. Nafice Costa Araújo explica que o lúpus é uma doença autoimune, inflamatória e crônica, com maior ocorrência em mulheres na idade reprodutiva, que pode causar diversas manifestações clínicas.

No lúpus, o sistema imunológico do corpo, que deveria atuar para protegê-lo, faz o papel oposto e ataca órgãos e tecidos da pessoa. “Há uma produção de autoanticorpos contra os próprios elementos do organismo gerando uma reação inflamatória e isso pode comprometer a pele, articulações, rins, coração, pulmões, sistema nervoso central, periférico”, define.

Sintomas

No entanto, os sintomas mais comuns, de acordo com a médica, são dor e inflamação nas articulações, que podem ficar inchadas e avermelhadas e ainda lesões na pele com a exposição à radiação solar, com predominância de vermelhidão na região das bochechas, no colo ou braços. Alguns pacientes têm lesões que podem parecer verrugas ou bolhas, inclusive no couro cabeludo, podendo perder o cabelo. Em alguns casos o cabelo volta a crescer, mas também pode ocorrer a perda permanente do cabelo.

Se houver inflamação dos rins, a urina pode ficar espumosa ou sair com sangue e evoluir para uma insuficiência renal. Caso as células do sangue sejam afetadas pode haver anemia com redução das células brancas (leucócitos), diminuição de plaquetas, com risco de sangramento.

“É claro que nem todas as pacientes vão apresentar todos esses envolvimentos ao mesmo tempo. Pode haver lúpus mais leve, moderado ou severo. Outra característica é que há períodos em que a doença está mais ativa, com bastante reação inflamatória e outros em que ela entra em remissão, que pode ser parcial, onde ainda é preciso medicar ou total, sem manifestações e sem necessidade de medicação. Esse tempo de remissão pode durar meses ou anos, depende do quanto essa doença está controlada”, ressalta a dra. Nafice.

Diagnóstico

A médica esclarece que o diagnóstico é feito com base nas manifestações clínicas e uma dificuldade em detectar o lúpus é que ele pode inicialmente ser confundido com outras infecções virais ou bacterianas por causar febre, emagrecimento, fraqueza, queda de cabelo, aparecimento de úlceras na boca, nariz, presença de gânglios. Os exames laboratoriais para a identificação da doença são de urina e sangue, para verificar alterações, e o exame de FAN (Fator Antinuclear) para verificar se a paciente tem autoanticorpos.

Causas

Não há uma causa específica para o lúpus, mas existe uma predisposição genética, com prevalência de casos na população afrodescendente e vários fatores que funcionam como gatilhos, como a questão hormonal atingindo as mulheres que estão na fase reprodutiva, entre 15 e 50 anos de idade. A proporção é de um homem com lúpus para cada grupo de 9 a 10 mulheres afetadas. Outros fatores são a exposição à luz ultravioleta do sol, mesmo a claridade que entra na casa, onde o paciente é orientado a usar filtro solar, além também do tabagismo e infecções por outras doenças que podem desencadear a doença. O estresse, sedentarismo, obesidade e ingestão de alimentos ultraprocessados também são gatilhos para o lúpus.

“O tratamento do lúpus é amplo, porque atua nos fatores que podem desencadear o aparecimento da doença, como proteção solar, estímulo à atividade física, redução da obesidade, evitar o tabagismo, mas também usar medicamentos que tentam regular essa resposta errada do sistema imunológico. Felizmente, a gente está cada vez mais com boas perspectivas no tratamento do lúpus em relação às décadas anteriores”, destaca.

Confira aqui a cartilha da SBR sobre o lúpus.

Fibromialgia

A reumatologista, dra. Nafice Costa Araújo, define a fibromialgia como uma “síndrome dolorosa crônica, que faz com que as pessoas, principalmente mulheres, pois as acomete mais, passem a ter dor difusa, generalizada no sistema músculo esquelético”, diz. A médica afirma que é uma dor generalizada acompanhada de algumas características, como um sono não reparador, onde a pessoa dorme, mas acorda cansada como se não tivesse dormido.

“Esse tripé de dor, sono não reparador e fadiga são muito importantes pra gente diagnosticar essa doença. Além disso, pode haver um distúrbio de cognição, de memória e humor”, detalha. Para a fibromialgia ser diagnosticada o quadro de dor deve durar mais de três meses.

Origem, diagnóstico e tratamento da doença

A fibromialgia também não tem uma causa específica, mas existe a predisposição genética e alguns fatores “gatilhos” como o estresse, a ansiedade, traumas psicológicos ou físicos, algum processo infeccioso, que podem desencadear a condição. “O diagnóstico da fibromialgia é essencialmente clínico, não há exame laboratorial específico, pois trata-se de uma síndrome de sensibilização, o cérebro ficou mais sensibilizado e reage de uma forma amplificada, como se o corpo sentisse a maior dor do mundo, no entanto esse tecido não tem nenhuma reação inflamatória”, ilustra.

O diagnóstico tardio da fibromialgia costuma dificultar ao paciente melhorar sua qualidade de vida. “É preciso detectar a doença de forma precoce para não permitir que isso vire uma bola de neve e piore”, afirma a reumatologista.

O tratamento é realizado com mudanças no estilo de vida e medicação. “A gente vai estimular a atividade física, redução do peso, o controle alimentar. A atividade física tem um papel fundamental, pois em qualquer doença dolorosa crônica o exercício físico é o pilar do tratamento, por mais que o paciente reclame que dói e incomoda. A gente esclarece que nas primeiras semanas será assim, mas ele vai trabalhar dentro do seu limite, com regularidade, e exercício aeróbico também é muito importante”, descreve.

Já os medicamentos, moduladores de dor, atuam para que a pessoa lide melhor com a dor. Os antidepressivos se incluem em função de terem uma ação sobre os neurotransmissores, com doses menores das utilizadas na depressão para minimizar a dor e melhorar a qualidade do sono.

A terapia psicológica também é fundamental para a melhoria da paciente que desenvolveu a fibromialgia após um trauma ou estresse. “O paciente sofre tanto de dor que ele começa a ficar deprimido, então a gente precisa ter uma abordagem intensa na questão da ansiedade e depressão”, conclui.

Confira aqui a cartilha da SBR sobre a fibromialgia.

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