Desde a última quinta-feira (17/3), seguindo as orientações do Governo do Estado, a Prefeitura de São Paulo estabeleceu que o uso de máscaras deixou de ser obrigatório em ambientes fechados na capital. As exceções são os serviços de saúde, o transporte público – como ônibus, trens e metrô -, além dos locais de embarque e desembarque.
De acordo com a administração municipal, a medida foi possível graças à ampla vacinação contra a Covid-19 na cidade. Atualmente, a cidade de São Paulo tem 100% dos adultos vacinados com as duas doses e 82,5% das crianças de 5 a 11 anos com a primeira dose.
Além disso, segundo a Secretaria Municipal da Saúde, os índices de internação apresentam redução significativa e o cenário epidemiológico contribui para esse avanço na capital.
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De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, até esta sexta-feira (18/3), a capital paulista totalizava 41.856 vítimas da Covid-19. Havia, ainda, 1.892.395 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde, os dados mais recentes mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade e Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo, nesta sexta-feira (18/3), é de 29,5%. Já a ocupação de leitos de enfermaria está em 26,2%. No Estado, a taxa de ocupação em UTIs está em 28,5% e em 21% em leitos de enfermaria. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde.
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Divulgado na última quinta-feira (17/3), o novo Boletim InfoGripe sinaliza que a incidência de casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em crianças apresenta ascensão significativa em diversos Estados ao longo do mês de fevereiro, período de retomada do ano letivo, apesar da manutenção do cenário de queda na população em geral.
Os dados laboratoriais preliminares sugerem possível aumento nos casos associados ao VSR (Vírus Sincicial Respiratório) na faixa etária 0-4 anos e interrupção de queda nos casos associados ao Sars-CoV-2 (Covid-19) na faixa de 5-11 anos. Entre a população adulta, nota-se desaceleração gradual na taxa de queda de SRAG, indicando possível entrada em novo regime de estabilidade, com exceção da população de acima de 70 anos que ainda apresenta queda semanal expressiva, por ter sofrido maior impacto durante o pico do início do ano. A análise compreende o período entre 6 de fevereiro a 12 de março, da Semana Epidemiológica 10.
Nesse sentido, os dados referentes aos resultados laboratoriais por faixa etária seguem apontando para amplo predomínio do novo coronavírus, com positividade expressiva em relação ao total de casos semanais de SRAG.
O documento ainda aponta um sinal forte de queda na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) e sinal moderado na tendência de curto prazo (últimas 3 semanas) – indício de possível início de estabilização em patamar similar ao registrado ao final de outubro de 2021, quando foi registrou o menor número de novos casos semanais desde o início de epidemia de Covid-19 no Brasil. A estimativa é de, aproximadamente, 5 mil casos na Semana Epidemiológica 10.
Nas quatro últimas Semanas Epidemiológicas, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 0,8% para Influenza A, 0,2% para Influenza B, 6,5% para VSR, e 86,7% para Covid-19. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 0,5% para Influenza A, 0,0% para Influenza B, 0,4%para VSR, e 97,3% para Covid-19.
Atuação do município
Neste final de semana terá continuidade a vacinação contra a Covid-19 na capital. No sábado (19/3), a Secretaria Municipal da Saúde abrirá as AMAs/UBSs (Assistências Médicas Ambulatoriais/Unidades Básicas de Saúde) Integradas, das 7h às 19h, para imunização de crianças de 5 a 11 anos de idade, adolescentes e adultos. Serão oferecidas primeiras, segundas e doses adicionais.
Já no domingo (20/3), a imunização ocorrerá exclusivamente para os adolescentes e adultos, das 8h às 16h, nas farmácias parceiras da avenida Paulista (nos números 2.371 e 266) e, das 8h às 17h, nos parques Buenos Aires, Severo Gomes, do Carmo, Villa-Lobos, da Independência e da Juventude.
Importante lembrar que, nesta sexta-feira (18/3), teve início na capital a aplicação da segunda dose adicional em idosos a partir de 80 anos que tomaram a primeira dose adicional há pelo menos quatro meses. A imunização desse público-alvo, estimado em 250 mil idosos, prossegue no fim de semana.
A partir da segunda-feira (21/3), a vacinação volta a ocorrer em toda a rede: UBSs e AMAs/UBSs Integradas, das 7h às 19h; e megapostos e drive-thrus, das 8h às 17h. A vacinação para o público infantil é realizada somente nas UBSs e AMAs/UBSs Integradas e as crianças devem estar acompanhadas por um responsável maior de 18 anos, além de apresentar documento de identificação (preferencialmente CPF) e carteirinha de vacinação.
Ações e Atitudes
Na última quarta-feira (16/3) o Observatório Covid-19 Fiocruz divulgou a Nota Técnica Diferenciais De Cobertura Vacinal Segundo Grupos Etários No Brasil. O documento, ao destacar que o nível de cobertura vacinal contra a Covid-19 não é homogêneo entre os grupos etários no país, aponta que na atual fase o principal desafio é a vacinação das crianças de 5 a 11 anos – grupo que hoje representa 9,5% da população brasileira. Os dados consideram o período entre o início da vacinação na Semana Epidemiológica 03/2021, iniciada em 17 de janeiro, e na Semana Epidemiológica 10/2022, encerrada em 12 de março.
Prestes a completar 14 meses desde o início da vacinação, o estudo observa que a imunização contra a Covid-19 no Brasil passou por fases distintas na evolução temporal de aplicação das doses e foi marcada por ciclos de expansão e atribui às fake news a responsabilidade por causar insegurança em muitos pais sobre os riscos de vacinar seus filhos. A Nota Técnica ressalta ainda que o nível de cobertura vacinal é uma importante informação para tornar mais eficientes as estratégias de busca ativa e orientações sobre a aplicação de doses específicas.
A análise mostra, por exemplo, que os grupos com idades entre 12 e 49 anos são os únicos que não têm cobertura de primeira dose acima de 90%; a população de adultos entre 40 e 44 anos possui a menor cobertura dentre os adultos; e as idades abaixo de 29 anos são as únicas com cobertura vacinal de esquema completo abaixo de 80% para a segunda dose/dose única. Já o grupo etário entre 35 e 49 anos é o que possui menor cobertura de primeira dose e o de faixa etária de 12 a 17 anos possui cobertura de segunda dose muito menor que o restante dos grupos.
Mesmo com ritmo de ganho em velocidade crescente da dose de reforço, nenhum grupo etário alcançou, até o momento, o patamar de 80% de vacinados com essa dose – mesmo os idosos, que foram os primeiros elegíveis à aplicação. Por outro lado, os pesquisadores alertam que as internações em leitos clínicos, leitos de UTI e óbitos hospitalares têm cada vez mais se concentrado exatamente entre os idosos mais longevos. Desta forma, idosos que não mantém esquema com reforço em dia estão em situação particularmente perigosa, mesmo com o arrefecimento da incidência e mortalidade na população como um todo.
Por fim, apesar da expectativa sobre o rebaixamento do status de pandemia a endemia por parte da OMS (Organização Mundial da Saúde), os cientistas orientam que é preciso cautela na tomada de decisões pelos gestores, especialmente na flexibilização do uso de máscaras e relaxamento do distanciamento físico. Eles chamam a atenção que a recente alta da Covid-19 em países da Europa e da Ásia deve ser encarada como um alerta para que o Brasil não cometa os mesmos erros
*Ouça aqui a versão podcast do boletim Coronavírus desta sexta-feira
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