RenattodSousa / CMSP
Um casarão tombado com arquitetura do início do século 20 tem chamado a atenção de quem desce a rua da Consolação no sentido centro. Desde o dia 20/2, o imóvel que estava abandonado, e pertence ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), foi ocupado por cerca de 30 coletivos artísticos que desejam transformá-lo em um centro cultural com ateliês compartilhados. A interlocução dos ocupantes com o INSS está sendo feita pela presidência da Câmara Municipal.
Exposições, oficinas e ensaios teatrais e musicais são algumas das atividades que vêm sendo desenvolvidas no espaço, que está aberto ao público todos os dias, das 14h às 22h. Todas as atividades são gratuitas.
Para a gestão da casa, os artistas se dividiram em várias comissões, como limpeza, segurança e articulação institucional. A parte financeira também é coordenada por uma comissão. Até o momento, o que sustenta o local são as doações, que vão desde produtos de limpeza até dinheiro, e vêm de vizinhos, dos próprios artistas e dos frequentadores do espaço.
O ator Alessandro Azevedo é um dos ocupantes do casarão. Nascido no município de Puxinanã, no interior da Paraíba, ele é membro da Associação Raso da Catarina e desenvolve trabalhos com foco na linguagem circense do palhaço. Sou um militante classicista e fui atraído pela causa dessa ocupação.
Segundo Azevedo, que está no imóvel desde o início, a única resistência enfrentada ocorreu no primeiro dia, quando policiais militares e federais compareceram ao local. Mas a gente já vinha conversando há um tempo com a ministra da Cultura, Marta Suplicy, e também com o INSS. Dialogamos com ambas as polícias, mostramos que seria uma ocupação pacífica e eles logo entenderam o nosso objetivo, disse.
O imóvel, que está localizado na esquina da rua Visconde de Ouro Preto com a rua da Consolação, tem o apoio da Câmara para se tornar um centro cultural. Para o vereador e presidente do Legislativo, José Américo (PT), é importante o desenvolvimento de um núcleo de cultura em um imóvel abandonado como este. Vou interceder junto ao INSS para que ele se torne um centro. Eu já propus uma audiência, mas ainda não tive resposta, afirmou.
(11/03/2014 16h38)