RenattodSousa
Teve início nesta sexta-feira e vai até sábado (17), na Câmara Municipal de São Paulo, a Jornada Internacional O mal-estar na cultura: a solidão. O evento é uma atividade cultural, coordenada pela organização Etc & Tal: Psicanálise e Sociedade, em parceira com o poder público e com entidades ligadas aos movimentos sociais.
Segundo organizadores do evento, a ideia é criar um ambiente multidisciplinar de debates e troca de ideias, numa proposta social de disseminação do conhecimento. Um dos palestrantes da jornada desta sexta-feira foi o vereador Francisco Chagas (PT). Ele abordou o tema A democracia latino-americana: entre desafios e preconceitos
Temos de pensar na identidade sul-americana e da possibilidade de se construir aqui uma estratégia de mudanças, em que o foco da solidão deixa de ser nossa, para estar com aqueles que nos colonizaram. Se pensarmos na discussão da democracia, fomos colonizados do ponto de vista político, geográfico, e em nossa mentalidade. A crença que nosso colonizador nos instruiu e que adquirimos para nós mesmos como valores absolutamente válidos num mundo que está em completa transformação, disse o vereador.
Chagas afirmou que o principal desafio para o século XXI é fortalecer e definir uma integração sul-americana, construindo e fortalecendo as instituições já estabelecidas no continente. O estágio em que nos encontramos hoje, especialmente com as crises que os países europeus, a Ásia e os setores mais desenvolvidos atravessam. Estamos em situação privilegiada. Temos de usar isso para acabar com a nossa solidão e nos livrar de uma vez por todas da dominação que nos colonizou.
Durante os dias de debate, acontecem nove mesas de discussão, nas quais os convidados apresentam análises relacionadas ao tema solidão. Participam professores, dirigentes sindicais, psicanalistas, pesquisadores, educadores sociais, pedagogos, antropólogos, psicólogos, arquitetos, historiadores, religiosos e poetas.
Fizeram parte da mesa de debates, além do vereador, o psicólogo e psicanalista Paulo Ceccarelli, a professora Alani Widniczeck e o dramaturgo Roberto Alvim. Os participantes debateram temas como a nova ordem repressiva, dramaturgias contemporâneas, reconstrução do sujeito, incomunicabilidade e o teatro como lugar de experimentação de outros modos de habitação do mundo.
(16/09/2011 20h30)