Encontros agendados até junho discutirão aspectos da reforma política Foto: André Bueno / CMSP
Os dilemas da democracia representativa foi tema central do segundo encontro do Ciclo de Debates sobre a Reforma Política, realizado pela Escola do Parlamento da Câmara, na noite desta sexta-feira (8/5), no Palácio Anchieta.
Entre as questões abordadas, o professor titular do Departamento de Ciência Política da USP (Universidade de São Paulo) Cícero Araujo explanou sobre os aspectos do conceito de representação e a possível crise de representação política no sistema atual.
De acordo com o professor, o atual momento de contestação da representatividade política faz parte da reflexão da necessidade de mudanças na sociedade. “O que podemos estar vivendo hoje é o envelhecimento dessa forma, e a alternativa de mudança não está clara. E nem está fadada a aparecer, pois não podemos ter determinismos históricos para dizer que vá aparecer essa solução”, disse.
Para o professor, as mudanças históricas da sociedade no século passado e adventos atuais, como a globalização, a participação na internet e as mudanças na forma de comunicação e discussão, colocam o atual modelo em xeque. “A extensão do direito do voto para novos grupos políticos, como os trabalhadores, as mulheres, pessoas com níveis sociais mais baixos, além de outras mudanças importantes da estrutura social, trouxeram a forma “Partido” como modelo central de representação. E com as mudanças importantes na estrutura da sociedade atual, os eleitores, podem estar colocando em questão essa forma padrão de representação”, afirmou.
Para o vereador Paulo Frange (PTB), o país sem dúvida vive uma crise de representação política. Segundo ele, a população não se sente representada. “Muitas vezes os próprios parlamentares se sentem impotentes no sentido de representar. O debate de hoje mostrou claramente que vivemos uma crise política, uma discussão que temos que travar com toda a sociedade para que possamos transformar essa democracia representativa cada vez mais em democracia participativa. Temos que representar e deixar as portas do parlamento abertas à participação”, defendeu o vereador.
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