RenattodSousa/CMSP
Na 33ª audiência pública do Programa de Metas 2013 – 2016, a discussão abordou o Eixo 2 do documento, que reúne objetivos relacionados ao desenvolvimento econômico, sustentabilidade e igualdade social. Uma das medidas mais citadas pelos participantes foi a necessidade de atrair investimentos para a cidade de São Paulo.
Para Lindolfo Neto, da Central Geral de Trabalhadores do Brasil, seria importante criar áreas especiais com incentivos para atrair novamente o setor industrial para a cidade – nas últimas décadas, a economia da metrópole tem cada vez mais se baseado no setor de serviços.
“Temos que pensar em como usar o peso político de São Paulo para atrair esses setores que se foram”, sugeriu o sindicalista.
A questão ambiental também não ficou de fora das manifestações. Roberto Carlos da Silva, do conselho gestor do Posto de Atendimento ao Turista de Parelheiros, pediu que sua região fosse contemplada com investimentos para garantir uma economia sustentável. “Trabalho, emprego, é um luxo para minha região”, lamentou Silva. “Queremos a criação urgente do Polo de Ecoturismo de Parelheiros e Marsilac. O que essa cidade tem de mais precioso, que são suas águas, seus mananciais, vêm de lá.”
A defesa da agricultura orgânica urbana também foi bastante citada. A falta de financiamento e assistência para os agricultores da cidade foi criticada por estudiosos e trabalhadores do setor.
O vereador José Police Neto (PSD) notou que o Programa de Metas distribui uniformemente entre as subprefeituras diversos equipamentos públicos a serem criados, como polos da Universidade Aberta do Brasil e Unidades Básicas de Saúde. “Se nós distribuirmos os equipamentos de forma equânime no território, estaremos reforçando as desigualdades sobre as quais a cidade foi construída”, questionou Police.
Diversos participantes também apresentaram demandas regionais, como a construção de corredores e terminais de ônibus e canalização de córregos. Segundo Mariana Almeida, da secretaria de Orçamento, Planejamento e Gestão, a partir das demandas coletadas durante as audiências públicas, as metas serão territorializadas (divididas entre as regiões) e subdividas em metas menores anuais.
Secretários
Antes de abrir para a população se manifestar, secretários da Prefeitura falaram um pouco sobre programas de suas pastas que se articulam com as metas do Eixo 2. Eliseu Gabriel, do Trabalho e Empreendedorismo, destacou o VAI TEC, programa de incentivo para empresas na de tecnologia, e a Agência São Paulo de Desenvolvimento, que fornecerá “microcrédito, cursos, orientação a pequenos e médios empreendedores.”
Marcos Cruz, da Secretaria de Finanças, reconheceu que existe uma disputa acirrada entre grandes cidades do Brasil e do mundo para receber investimentos, mas lembrou que a cidade precisa mais do que simplesmente incentivos fiscais para atrair capital. “Temos a questão do transporte, a questão da qualidade de vida, da sustentabilidade, dos recursos naturais”, elencou o secretário.
A secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leda Paulani, lembrou que as contribuições das 35 audiências públicas serão incorporadas ao documento final do plano. Na próxima edição nós imprimiremos Programa de Metas da Cidade de São Paulo. Não será mais um programa só da Prefeitura, mas de toda a sociedade civil.
(22/04/2013 21h25)