O prefeito Ricardo Nunes (MDB) anunciou, na tarde desta quinta-feira (2/12), que vai antecipar para quatro meses o intervalo para dose de reforço da vacina contra Covid-19. A decisão foi tomada após o Comitê Científico do Coronavírus do Estado de São Paulo atender um pedido da Secretaria Municipal da Saúde, que demonstrou preocupação com a chegada da variante Ômicron.
Com o anúncio, paulistanos maiores de 18 anos, que tomaram a segunda dose dos imunizantes contra a Covid-19 há pelo menos quatro meses, já podem comparecer aos postos de vacinação da cidade.
A Prefeitura informou também que está cancelada a tradicional festa de Réveillon realizada na Avenida Paulista. “Não é por ter sido detectado algo grave, mas porque é necessário que se faça um monitoramento e o prazo ficaria curto para tomar essa decisão lá na frente”, afirmou o prefeito.
Outra medida anunciada nesta quinta foi a de manter a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambiente aberto. De acordo com Ricardo Nunes, estudos da Vigilância Sanitária municipal mostraram que este não é o momento ideal para reduzir os cuidados, principalmente pela chegada da nova variante Ômicron, cujos possíveis impactos estão sendo analisados atualmente.
Também em coletiva, o prefeito falou que ainda não há nada decidido sobre o Carnaval. “Como será no final de fevereiro, ainda temos tempo para monitorar e tomaremos essa decisão baseados nas indicações da Vigilância Sanitária”, explicou Nunes, prometendo para o final de dezembro um novo estudo com dados que vão guiar as medidas sobre o Carnaval.
Os anúncios foram feitos em uma coletiva de imprensa em Nova York, onde o prefeito acompanha o governador do Estado, João Doria (PSDB), em agenda internacional.
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De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, até esta quarta-feira (1/12), a capital paulista totalizava 39.258 vítimas da Covid-19. Havia, ainda, 1.550.633 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde, os dados mais recentes mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo, nesta quinta (02/12), é de 26,7%.
Já na quarta (01/12), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 36%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
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Tanto a permanência do uso obrigatório de máscara em espaços abertos, quanto a redução do intervalo da dose adicional contra Covid-19 de cinco para quatro meses foram decisões corroboradas e também anunciadas pelo Governo do Estado de São Paulo nesta quinta-feira (2/12), que teve como base as recomendações do Comitê Científico do Coronavírus.
“Decidimos adotar essa medida por prudência com o cenário epidemiológico no Estado. Todos os números demonstram que a pandemia está recuando em São Paulo, mas vamos optar pela precaução. O nosso maior compromisso é com a saúde da população”, disse o governador João Doria (PSDB) ao mudar a decisão sobre a liberação do uso de máscaras no Estado, o que havia sido anunciado há poucos dias.
Segundo o Governo, as medidas levaram em consideração o cenário epidemiológico ao redor do mundo, o fato de São Paulo ser porta de entrada, via portos e aeroportos, de pessoas de todo o mundo e a não obrigatoriedade brasileira da apresentação de comprovante de esquema vacinal completo para os viajantes.
Atuação do município
Presidente da Câmara Municipal de São Paulo e atual prefeito em exercício, o vereador Milton Leite (DEM), e o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, visitaram as instalações dos hospitais municipais Dr. Moysés Deutsch (M’ Boi Mirim) e Guarapiranga na manhã desta quinta-feira (2/12) e anunciaram que após pandemia, os equipamentos da Zona Sul irão reforçar o atendimento geral à população.
Segundo Milton Leite, a visita teve o objetivo de mostrar a importância dos investimentos feitos durante a pandemia. “Aqui no M’ Boi Mirim, foi construído um anexo em 33 dias com capacidade para mais de 100 leitos e tivemos a reativação do Hospital Guarapiranga, com mais 260 leitos. Hoje temos nesta região um legado permanente”, disse.
De acordo com dados da Prefeitura, a taxa de ocupação dos leitos destinados à Covid-19 no Hospital Guarapiranga é de 25,1% atualmente e o hospital segue sendo referência no tratamento ao vírus. O equipamento tem também leitos destinados para internações e atendimentos aos casos da nova variante Ômicron.
*Ouça aqui a versão podcast do boletim Coronavírus desta quinta-feira
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