Durante coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (13/10), a Prefeitura de São Paulo divulgou a estimativa de que a incidência de contaminação pelo novo coronavírus na população da cidade seja de 13,6% do total, ou seja, mais de 1,6 milhão de pessoas. O número é maior do que os 473.435 casos confirmados divulgados no boletim diário da última segunda-feira (12/10). Os dados constam das fases 6 e 7 do inquérito sorológico realizado com 5.704 pessoas com idade superior a 18 anos.
O secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, disse que a prevalência de infecções é em jovens e adultos com idade até 49 anos, e indivíduos de raça/cor preta e parda, com maior risco para integrantes das classes D e E, que pode ser de 2 a 6 vezes maior do que nas classes A e B. Também existe uma relação inversa de prevalência que aumenta conforme é menor o índice de escolaridade. O estudo também indicou que domicílios com menos moradores têm menor incidência de infecção, e que a adoção do teletrabalho (ou home office), distanciamento social e maior escolaridade são fatores considerados protetivos.
A Prefeitura explica que os números mostram estabilização com viés de queda, e taxas decrescentes. Porém, a desigualdade é detectada, já que é uma doença que vem afetando mais a população mais pobre, com presença maior nos bairros com menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), atingindo também mais a população mais preta e parda da cidade, quando comparado com os casos da raça branca. A administração municipal informou ainda que vai continuar com atuação segmentada nos distritos com maior incidência da doença.
Volta às aulas
Também foi estimado para a quinta-feira da semana que vem (22/10) a conclusão do resultado da primeira fase do censo que está sendo realizado com todos os professores e alunos da rede municipal sobre a contaminação. Com isso, a Prefeitura deve ter comunicar a decisão relacionada à possibilidade de retorno das aulas a partir do dia 3 de novembro.
O resultado da fase 4 do inquérito sorológico escolar, realizado com os alunos das redes municipal, estadual e privada da cidade de São Paulo, também foi apresentado. A estimativa é que 16% dos escolares já tenham tido contato com a Covid-19. Isso significa que, dos aproximadamente 1,4 milhão de estudantes, mais de 236 mil têm anticorpos contra o novo coronavírus. Entre os estudantes da rede municipal, a taxa de incidência de contaminação ficou em 17,6%, na estadual foi de 15,4% e para a rede privada 12,6%. No caso dos professores, a prevalência varia de 4,5% a 7,8%.
O estudo também apontou que a quantidade de crianças assintomáticas chegou a 64,9%. No caso dos estudantes, a prevalência também é de pessoas de cor/raça preta e parda em relação a cor/raça branca, e alunos das classes D e E. Cerca de 30% dos estudantes residem no mesmo domicílio de pessoas com idade acima dos 60 anos.
De acordo com o secretário municipal de Educação, Bruno Caetano, a decisão de volta às aulas leva em conta um contexto de informações como o inquérito sorológico, o censo sorológico e todos os outros indicadores municipais.
Segundo Caetano, mais 14 escolas municipais (totalizando 15) devem retornar às atividades extracurriculares a partir de segunda-feira (19/10), depois de aprovação dos conselhos escolares. Enquanto isso, o ensino regular continua com a ajuda das trilhas de aprendizagem (cadernos encaminhados às casas dos alunos) e as aulas on-line. As atividades extracurriculares são voluntárias.