O tombamento da fachada do Cine Belas Artes pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), nesta segunda-feira, foi comemorado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que busca a manutenção do local como um cinema, tal como ele funcionou até 2011.
Para o presidente da CPI, vereador Eliseu Gabriel (PSB), a decisão do órgão estadual mostra que o movimento em prol do tombamento do prédio tinha procedência. “Esse é o primeiro passo. Não é apenas um prédio. O que funcionava ali é um bem imaterial que representa a história de gerações”, comentou.
Com 16 votos a favor, duas abstenções e nenhuma opinião contrária, o Condephaat decidiu pela preservação da fachada do imóvel onde funcionou o cinema, além de uma faixa de quatro metros contados a partir do alinhamento do lote no passeio público em direção ao espaço interno térreo.
O relator da CPI, vereador Floriano Pesaro (PSDB), que se pronunciou sobre o assunto durante a sessão plenária desta terça-feira, repetiu as palavras de André Sturm, ex-proprietário do Cine Belas Artes, de que ainda é necessário buscar o tombamento imaterial do uso do cinema, preservando suas atividades. “Essa é a nossa luta, para manter um lugar que é sinônimo de cultura em São Paulo”, reforçou o vereador, afirmando que a decisão do Condephaat não encerra a discussão sobre o local.
“Isso só mostra que nossa posição está certa e tem que ser levada mais a fundo. Estamos seguros de que o Cine Belas Artes tem que se reestabelecer como espaço cultural”, disse Pesaro.
Sobre o relatório da CPI, que deve ser entregue no final de novembro, o parlamentar afirmou que ele deverá ser centrado em propostas para que o cinema volte a funcionar. “O nosso posicionamento é claro, o que queremos agora é um relatório sem achismos, com embasamento jurídico e técnico”, observou.
Em seu discurso em plenário nesta terça-feira, o vereador Gilberto Natalini (PV) lembrou que frequentou muito o Cine Belas Artes em sua época de estudante de medicina, na década de 70, e aplaudiu a iniciativa do Condephaat. O tombamento parcial é, a meu ver, um ato simbólico, de boa vontade, para aqueles que continuam lutando para a preservação do Belas Artes enquanto patrimônio histórico da cidade e cultural do país. Esperamos um desfecho positivo para devolvê-lo à cidade de São Paulo com as características que o marcaram desde o final da década de 60 até poucas semanas atrás, disse.
(16/10/2012 – 16h42)