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Cineasta diz não saber se houve licitação para filmes do Theatro Municipal

Por: - DA REDAÇÃO

31 de agosto de 2016 - 18:04

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O proprietário da Olhar Imaginário, Toni Venturi, disse não saber se participou de concorrência para produzir peças audiovisuais no valor de R$ 540 mil para o Theatro Municipal. Em depoimento nesta quarta-feira (31/8) à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara Municipal de São Paulo que investiga irregularidades na gestão da instituição, o cineasta garantiu que nunca participou de processo de licitação em serviços públicos.

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Toni Venturi, proprietário da ‘Olhar Imaginário’, presta depoimento à CPI do Theatro Municipal

“O meu entendimento é que os filmes eram para uma fundação de direito privado e que não seria necessário licitação. Fui chamado por José Luiz Herência [ ex-diretor da Fundação Theatro Municipal] para uma reunião e ficou claro que queriam filmes comerciais. Vi as possibilidade de ser contratado nessa reunião. Eu não sabia se iria ou não passar por processo de seleção. Nunca participei de concorrência”, contou Venturi.

A produção desses filmes está sendo investigada porque os vídeos não foram veiculados em emissora aberta para divulgar o Theatro Municipal, e pela suspeita de que o secretário de Comunicação, Nunzio Briguglio, tenha indicado Venturi para realizar o trabalho por serem amigos.

José Luiz Herência e o ex-diretor do IBGC (Instituto Brasileiro de Gestão Cultural) William Nacked, que fizeram acordo de delação premiada com o Ministério Público, disseram que Venturi mentiu durante depoimento. “Participaram da concorrência as empresas Mamute Filmes e Sequência 1, que foram indicadas por Venturi”, explicou Nacked. “O Nunzio me procurou para dizer que o Toni era o mais preparado para fazer as campanhas institucionais e que a secretaria de Comunicação faria o pagamento”, acrescentou. Herência garantiu que o contrato foi feito de maneira “fraudulenta”.

A esposa do maestro John Neschling, Patrícia Melo Neschling, participou da reunião da CPI e não respondeu às perguntas dos vereadores. “Vou exercer o meu direito de ficar em silêncio”, argumentou. Ela foi convocada pela CPI para prestar esclarecimentos por ser a maior acionista da empresa que recebe os pagamentos de seu marido, que está sendo investigada por ter participado do esquema de contratos fraudulentos.

O maestro prestou esclarecimentos à CPI na semana retrasada e alegou que Herência agiu de maneira ‘leviana’ ao dizer que ele teria participado do superfaturamento de contratos do Theatro Municipal, que teriam causado um prejuízo de cerca de R$ 15 milhões aos cofres públicos.

Para o relator da CPI, vereador Alfredinho (PT), é necessário investigar a situação. “Precisamos apurar mais, porque os e-mails apresentados durante os questionamentos a Venturi estão confusos e algumas coisas não ficaram esclarecidas. Pretendemos fazer um relatório solicitando melhorias para que a relação entre Fundação, Instituto e Secretaria de Cultura fique mais simples”, argumentou.

O presidente da CPI, vereador Quito Formiga (PSDB), acredita que o proprietário da produtora mentiu. “O Toni Venturi não convenceu ninguém, enquanto Nacked colaborou bastante. Os envolvidos devem vir mais vezes para prestar esclarecimentos”, disse.

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