Segundo dados do painel do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde), o Brasil registra nesta terça-feira (11/8) 52.160 casos confirmados do novo coronavírus (causador da Covid-19) nas últimas 24 horas, totalizando 3.109.630 infectados. Na contagem do Conselho, entre segunda e terça-feira o país teve mortes 1.274 óbitos, somando 103.026 vítimas fatais da Covid-19.
Em relação às últimas 24 horas, o boletim diário do Ministério da Saúde traz os mesmos números: 1.274 óbitos e 52.160 novos casos confirmados do novo coronavírus, totalizando 103.026 mortes e 3.109.630 infectados pela doença desde o início da pandemia no país.
Considerado epicentro da pandemia no Brasil, o Estado de São Paulo registrou, nesta terça-feira (11/8), 25.571 vítimas da Covid-19, sendo 420 óbitos registrados nas últimas 24 horas.
Há, ainda, 639.562 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus – aumento de 11.147 novos diagnósticos entre segunda e terça-feira. Dos 645 municípios, houve pelo menos uma pessoa infectada em 641 cidades, sendo 497 com um ou mais óbitos.
Em relação ao sistema de saúde público paulista, nesta terça-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 no Estado é de 58,6%. Na Grande São Paulo, o índice chega a 57,2%.
Na última segunda-feira (10/8), o isolamento social no Estado de São Paulo chegou a 43%, mesmo índice registrado na capital. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
Mais sobre o coronavírus
Divulgada na última segunda-feira (10/8), a terceira fase do SoroEpi MSP, projeto de monitoramento da soroprevalência do novo coronavírus na cidade de São Paulo, apontou a presença de anticorpos em 17,9% da população adulta do município – o que significa que 1,5 milhão de moradores da capital com 18 anos ou mais já tiveram contato com a Covid-19.
As informações da terceira fase foram coletadas entre os dias 20 e 29 de julho, com testes sorológicos em 1.470 indivíduos em 115 setores censitários do município. O projeto é uma iniciativa de pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) e da secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.
Segundo os responsáveis pelas pesquisas, não foi possível apontar mudanças na soroprevalência da cidade de São Paulo entre a segunda e a terceira fases do monitoramento. Assim como na fase anterior, com testes entre 15 e 24 de junho, os piores números se concentram na população preta e parda, de escolaridade mais baixa e de baixa renda.
A soroprevalência se mostrou mais alta na população de renda média mais baixa (abaixo de R$ 3.349,00), com 22% das pessoas testadas apresentando anticorpos. Na população de renda média mais alta (a partir de R$ 5.541,00), o percentual é de 9,4%. Na renda média intermediária, os testes apontaram anticorpos em 18,4% da população testada.
Entre a população preta e parda, os anticorpos foram encontrados em 20,8% da população testada. O número é superior ao encontrado entre a população branca (15,4%) e de outras etnias (14,0%).
Entre os testados que não completaram o Ensino Fundamental, a soropositividade do novo coronavírus é de 22,5%. Entre os que completaram o Ensino Fundamental, de 23,7%. Entre os que cursaram o Ensino Médio, o índice é de 17,5%. Entre os que têm ensino superior, 12,0%.
Ações e Atitudes
Liderados por pesquisadores da Universidade de Oxford, do Reino Unido, um grupo internacional desenvolveu um modelo matemático que pode explicar por que crianças são menos suscetíveis à Covid-19, enquanto os mais velhos respondem pelos casos mais graves.
Segundo os pesquisadores, ao cruzar dados de faixa etária dos infectados e severidade dos casos na Europa, foi possível concluir que a exposição a diversas espécies de coronavírus endêmicos na infância – os HCOVs, que, na grande maioria das vezes, causam apenas resfriados comuns – induziria uma resposta imune também capaz de proteger contra o novo coronavírus.
Porém, após sucessivas exposições a esses HCOVs ao longo da vida, o sistema de defesa se tornaria tão especializado que já não seria capaz de reconhecer e combater vírus emergentes, como o novo coronavírus.
O estudo, que teve apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), foi divulgado em uma plataforma científica on-line ainda sem revisão por pares.
Além de autores de Oxford, o artigo é assinado por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e das universidades de Tel Aviv, em Israel, Federal de Minas Gerais (UFMG) e de São Paulo (USP).
*Este conteúdo e outros conteúdos especiais podem ser conferidos no hotsite Coronavírus