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Combate à poluição dos plásticos é discutido na Comissão de Meio Ambiente

Por: MARIANE MANSUIDO - DA REDAÇÃO

9 de abril de 2019 - 18:28

Em reunião da Comissão Extraordinária de Meio Ambiente, realizada nesta terça-feira (09/4), na Câmara Municipal, foi apresentado o estudo Solucionar a Poluição Plástica: Transparência e Responsabilização, produzido pela organização não governamental WWF- Internacional (Fundo Mundial para a Natureza).

Segundo a WWF, o Brasil está na 4ª posição entre os 15 países que mais geram lixo plástico no mundo. São mais de 11 milhões de toneladas ao ano, e apenas 1,2% desse total é reciclado. As previsões do relatório também são alarmantes: mais de 100 milhões de toneladas de plástico serão descartadas na natureza até 2030, caso as políticas públicas não avancem no combate à poluição.

O analista de políticas públicas da WWF-Brasil, Warner Bento Filho, destacou, após a apresentação do estudo, que apenas a reciclagem de materiais plásticos não é suficiente para conter o avanço da poluição do meio ambiente.

Bento Filho reforçou as medidas propostas no relatório, como a participação do Brasil em acordos globais, as normas de fabricação para as indústrias de plástico e a criação de leis. “Se tudo continuar exatamente do jeito que está, daqui a alguns anos haverá mais plástico do que peixes nos oceanos. Além de poluirmos a natureza e prejudicarmos a nossa saúde, contribuímos para o aquecimento global”, disse o especialista da WWF. Para ele, trata-se de uma de crise que precisa ser enfrentada.

A assessora de planejamento da AMLURB (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), Márcia Metran, participou da reunião para informar quais são as medidas adotadas quanto à coleta e à reciclagem do lixo na capital.

São 12 mil toneladas de resíduos domiciliares produzidas por dia em São Paulo. Ao menos 40% desse total podem ser reciclados, mas somente 7% disso chegam às cooperativas, que são as principais responsáveis pela reciclagem na cidade.

Segundo Márcia, falta empenho da população para aumentar o percentual reciclado. “Muitas pessoas pensam que aquele lixo separado para reciclagem vai para o aterro, e isso não é verdade. O caminhão da coleta seletiva é diferente, menos compactado, e vai direto para as cooperativas. Por isso, a população não pode se esquecer de fazer esse trabalho de separação em casa. Só assim conseguiremos ampliar o material reciclado”, afirmou.

João Vasconcelos, gerente da World Animal Protection, ONG de defesa da vida animal, presente em vários países, também trouxe ao debate um estudo da sua ONG, de 2018, segundo o qual 10% de todo o plástico presente nos oceanos são equipamentos de pesca perdidos os descartados no mar.

Segundo Vasconcelos, é necessário repensar o trabalho da indústria a partir da legislação. “As leis devem estimular a indústria de plástico a criar materiais alternativos para embalagem, ou seja, investir em pesquisas e inovações para descobrir uma alternativa que, quando descartada, gere menos impacto”, afirmou.

Para o presidente da Comissão de Meio Ambiente, vereador Xexéu Tripoli (PV), a cidade de São Paulo começou a avançar na criação de leis para diminuir o consumo de plástico. E o Poder Público deve se comprometer com medidas que garantam a preservação do meio ambiente. “A prefeitura assinou neste ano o Compromisso Global da Nova Economia de Plástico, um acordo com o objetivo de reduzir o uso de plástico até 2025”, disse Tripoli, para quem existe um grande trabalho a ser desenvolvido pelo Executivo. “Não podemos esquecer que a conscientização da população é o mais importante para que essas ações sejam bem sucedidas”, resumiu Tripoli.

Integrante da comissão, a vereadora Soninha (CIDADANIA23) avaliou que, para criar uma legislação específica, é necessário refletir sobre o equilíbrio entre a reciclagem e a atividade econômica, antes de definir uma legislação que incentive a adesão à economia circular e criar penalidades. “Temos que analisar se a burocracia para a implantação de uma empresa ou de um equipamento de reciclagem não é algo que desencoraja o setor privado”, disse Soninha.

A vereadora defendeu que a sociedade civil e empresas participem da discussão, a fim de criar alternativas ecológicas que não dependam apenas do processo legislativo.

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