Dois projetos com potencial para melhorar a paisagem urbana de São Paulo foram discutidos na reunião ordinária da Comissão de Política Urbana, realizada nesta quarta-feira (05), na Câmara Municipal de São Paulo.
O primeiro deles versa sobre o Parque da Cruz Vermelha, que, de acordo com o PL 703/2015, terá sede no quadrilátero formado pela Avenida Moreira Guimarães, Avenida Jandira, Alameda dos Araés e Avenida Aratãs, na Vila Mariana, onde hoje está instalado o Hospital da Cruz Vermelha, instituição internacional de apoio humanitário presente em dezenas de países. A mantenedora da unidade de saúde solicita permissão para a implantação de um shopping center no local.
Relator do projeto na Comissão, o vereador Camilo Cristófaro (PSB) disse manter dúvidas a respeito da implantação do empreendimento comercial, que, segundo a Cruz Vermelha, auxiliaria no financiamento do hospital. Cristófaro ponderou ainda sobre o fato de o Shopping ter o potencial de gerar empregos e que hoje a cidade de São Paulo enfrenta dificuldades para manter suas áreas verdes.
A apreciação do parecer com um eventual substitutivo deverá ocorrer na próxima semana. “Peço aos senhores que tomemos uma decisão: ou será feito um parque com o compromisso de alguém mantê-lo ou mantemos a ideia de deixar a Cruz Vermelha ter um shopping, com o compromisso de que seja mantida uma área verde para a comunidade”, afirmou o vereador.
Segundo o vereador José Police Neto (PSD), a discussão deveria se pautar pelo alinhamento entre o que é feito em São Paulo e em outros países. “É um terreno muito grande. Há a tese em construção de que é possível termos um parque de bairro e um shopping, além da manutenção do hospital da Cruz Vermelha no local. Estamos caminhando para um bom ajuste”, disse Police Neto.
A Comissão também definiu, em ação conjunta com a Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa, o dia 13 de dezembro como a data para a realização de uma Audiência Pública sobre o Projeto de Lei 397/2018, que altera as regras de construção na área da Operação Urbana Água Branca.
O objetivo da Audiência é ouvir a população da região a respeito das alterações em discussão, para melhorar a análise do projeto, de autoria do Executivo. “É uma operação relevante, que tem um traço importante de saneamento e drenagem, além de foco em um novo modelo de ocupação urbana”, disse Police Neto. “Serão unidades habitacionais menores, voltadas à população de baixa renda, que poderá morar mais perto do Centro e mudar o cenário de uma região que, no passado, foi industrial”, disse o vereador.
A Comissão também deu parecer favorável aos Projetos de Lei 408/18, 211/2018 e 212/2018, que versam sobre a denominação de ruas.