Luiz França/CMSP
A Comissão da Verdade Vladimir Herzog recebeu nesta terça-feira (24/9) Carlos Eduardo Giosa, ex-diretor do Serviço Funerário Municipal. A reunião, realizada em conjunto com o colegiado estadual que investiga os crimes cometidos durante a ditadura, teve como tema principal as valas comuns nos cemitérios de Vila Formosa e Perus, para onde foram levados os corpos dos mortos pelo regime militar.
Giosa refutou a tese de que os militantes mortos recebessem a identificação com uma letra “T”, de terroristas, para que fossem enterrados de forma diferenciada. “Os corpos que vinham sem identificação iam para quadra de indigentes. Depois que souberam e chamaram essa quadra de terroristas, mas era a mesma coisa”, explicou.
Carlos Eduardo também explicou como se dá a remoção das ossadas para valas comuns: são casos em que as famílias pedem a exumação e a família “abandona a ossada na administração do cemitério”. Entretanto, quando questionado pelo deputado estadual Adriano Diogo, da Comissão Estadual da Verdade, a respeito de Perus, ele disse que pode ter ocorrido irregularidades. “O código sanitário determinava um prazo mínimo de cinco anos para a exumação. Se ocorreu antes, foi ilegal”, observou.
Ele também disse que é pouco provável que os mortos pelo regime militar tenham sido cremados no crematório da Vila Alpina. Isso porque o equipamento era administrado por uma companhia inglesa. Mesmo atualmente, ele disse que a cremação não é adotada para indigentes.
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(24/9/2013 – 12h35 – atualizado às 13h34)