Luiz França/CMSP
Chega o caminhão baú, fechado, abrem as portas, e os corpos nus são todos despejados, afirmou, alegando que o procedimento é o mesmo desde a época da ditadura.
Para o padre, moradores de rua têm os direitos negados na vida e na morte. A democracia não chegou para eles, concluiu. A situação ainda é mais preocupante pois os mortos passam a ter valor comercial com o tráfico de órgãos. Nossa preocupação é o que é feito com os órgãos dessas pessoas. Vi muitos chegarem empalhados internamente e é sabido que há um mercado internacional de hipófise (glândula localizada na base do cérebro).
O vereador Natalini (PV), presidente da Comissão da Verdade, disse que é unânime entre os membros do colegiado que o sepultamento em São Paulo ocorre de forma cruel e brutal. Concordamos que é preciso mudar a forma como a sociedade paulistana encara sepultamento e morte de pessoas não identificadas, afirmou. Para Lancelotti, uma das formas de homenagear tantas pessoas que morreram de maneira violenta é tornando a cidade humana e digna.
Por ano, mais de 800 pessoas são sepultadas sem identificação. Somente em 2013, foram 360, enterrados nos cemitérios Dom Bosco, Vila Formosa I e II. (Thaís Lancman)
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(8/10/2013 – 14h05)