Os vereadores que compõem a Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara Municipal de São Paulo visitaram na tarde desta quarta-feira (30/6), a sede da Cinemateca Brasileira, na zona sul de São Paulo. Os parlamentares foram recebidos pelo secretário especial adjunto da Secretaria Especial da Cultura, Hélio Ferraz, pelo secretário nacional do Audiovisual, Bruno Côrtes, pela coordenadora geral da Cinemateca Brasileira, Jessyca Paulino e pelo coordenador da Cinemateca, Wellington Torres.
A visita acontece uma semana depois da aprovação do parecer favorável do PR (Projeto de Resolução) 12/2020, de autoria de diversos vereadores, que dispõe sobre a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Cinemateca Brasileira.
Sobre a Cinemateca
Criada em 1940, a Cinemateca Brasileira tem o maior acervo da América do Sul, com aproximadamente 250 mil rolos de filmes. A instituição preserva mais de um milhão de documentos audiovisuais, como roteiros, fotografias, cartazes, recortes de imprensa, livros e desenhos.
Posicionamento dos vereadores
A vereadora Sonaira Fernandes (REPUBLICANOS) agradeceu ao governo federal por abrir as portas da Cinemateca para que a Comissão conferisse de perto como está a preservação dos arquivos de audiovisuais. Foi ela quem fez a articulação com a Secretaria Nacional da Cultura para que a inspeção dos parlamentares acontecesse.
“Foi uma visita muito produtiva, na qual pudemos observar as reformas e mudanças visando a recuperação da Cinemateca, que acumulou uma série de problemas nas gestões passadas. O secretário Mário Frias foi muito generoso em abrir as portas do equipamento, mesmo antes do fim das reformas”.
Já o vereador Celso Giannazi (PSOL) acredita que a “Cinemateca está abandonada, sem os profissionais indispensáveis para cuidar da história do audiovisual brasileiro”. Para o parlamentar, a Câmara precisa participar ativamente dessa mobilização pela reabertura e conservação adequada do acervo da Cinemateca. E, segundo Celso, é indispensável e urgente a recontratação de todos os seus trabalhadores.
“Visitamos o prédio e tudo bem, está em ordem. Mas o que realmente está ameaçado é o acervo, os equipamentos, a história cultural do Brasil. Não tem nenhum funcionário especializado, ninguém cuidando do seu delicado acervo. Todos foram mandados embora. O governo Bolsonaro diz que irá contratar, mas a Cinemateca está fechada há 15 meses e nada”, comentou o vereador.
Também presente ao tour pela Cinemateca, o presidente da Comissão de Educação, Eliseu Gabriel (PSB), cobrou dos secretários uma posição sobre a contratação de funcionários especializados para manutenção das peças audiovisuais.
“Está tudo bem arrumado, mas está faltando o pessoal especializado, os técnicos para conservar o acervo. Eles foram dispensados desde a saída da Roquete Pinto e não entrou ninguém no lugar. Segundo o secretário Hélio, a perspectiva é de que a maioria volte a trabalhar na Cinemateca. Eu acho que existe interesse da parte deles, mas ainda são muitos obstáculos para serem superados”, observou Eliseu.
Audiência Pública nacional
Uma Audiência Pública para iniciar o processo de seleção para organizações sociais interessadas em gerir a Cinemateca Brasileira será realizada no dia 7/7, em Brasília, com transmissão on-line.
Entre os requisitos para a gestão da Cinemateca Brasileira estão a operacionalização das atividades, o mapeamento do acervo, a reestruturação das bases de dados, a capacitação profissional, a geração de renda e a viabilidade de negócios para o órgão.
A Cinemateca foi reabsorvida pelo Ministério do Turismo em agosto de 2020, após um impasse na gestão da Cinemateca na metade do ano passado após a saída da Acerp (Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto) que fazia a gestão da entidade.
A vereadora Cris Monteiro (NOVO), falou sobre a importância da realização do chamamento público para a continuidade dos trabalhos de conservação da história do cinema brasileiro.
“A Cinemateca conta com o maior acervo de filmes da América Latina, é um patrimônio nacional. No dia 7/7 está prevista uma audiência para iniciar o processo de chamamento público e contratação da nova Organização Social que fará a gestão do equipamento. Esperamos que todo esse processo aconteça rapidamente e que as portas da Cinemateca sejam novamente abertas aos brasileiros”, ressaltou Cris Monteiro.
Também estiveram presentes a vereadora Sandra Santana (PSDB) e os vereadores Eduardo Suplicy (PT) e Eli Corrêa (DEM).
