A Comissão de Estudos para a Criação de um Plano de Cidade Inteligente (Smart City) da Câmara Municipal de São Paulo realizou nesta segunda-feira (9/5) a última reunião do colegiado. Em andamento na Casa desde novembro do ano passado, a Comissão foi criada para analisar contribuições de projetos tecnológicos com o objetivo de planejar o crescimento econômico da capital paulista, o desenvolvimento urbano e proporcionar qualidade de vida à população.
A partir de agora, com o fim das oitivas, o relator da Comissão, vereador Rubinho Nunes (UNIÃO), irá elaborar o relatório final para apreciação dos integrantes do grupo de estudos. O presidente do colegiado, vereador Marlon Luz (MDB), confirmou a data em que o documento será deliberado. “Vai ser dia 23 de maio, às 15h, na Sala Tiradentes”. Além dos parlamentares Marlon Luz e Rubinho Nunes, participaram da reunião de hoje a vereadora Cris Monteiro (NOVO) e o vereador Daniel Annenberg (PSDB).
Convidados
Nesta tarde, a Comissão recebeu representantes da Prefeitura de Campinas, da empresa de tecnologia Autodesk Brasil e de pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo). Os convidados falaram sobre o uso da tecnologia, de estudos científicos e de ações assertivas para construir cidades inteligentes.
Entre os profissionais que representaram o município de Campinas, participou o secretário adjunto da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Newton Frateschi. Ele falou sobre o plano municipal que está sendo planejado para tornar os serviços públicos mais eficientes, melhorar a infraestrutura local e integrar as áreas da cidade.
“O mapeamento do ecossistema de inovação é muito importante nesse plano de cidades inteligentes. Tem a questão da infraestrutura, que vai principalmente na Internet das Coisas (conceito de conectar objetos físicos para reunir e transmitir dados), na mobilidade urbana, na segurança e depois tem a parte de desburocratização com a melhoria de serviços à população”, disse Newton.
Também contribuíram com a Comissão especialistas da Autodesk Brasil. O diretor da empresa, Sylvio Mode, citou a tecnologia como pilar da educação e fez uma projeção futura. De acordo com Mode, em 2050 o planeta terá mais de dez bilhões de habitantes, e diante do crescimento populacional estimado é fundamental investir em ações tecnológicas para os centros urbanos.
“Porque se não a vida vai ficar bastante complicada, pensando em trânsito, em consumo de equipamentos de educação, em saúde. Se realmente não tivermos uma forma inteligente de montar essa infraestrutura, e uma infraestrutura adaptável, muito provavelmente a qualidade de vida tende a diminuir e não a aumentar”, falou Sylvio.
Ainda na tarde desta segunda participaram dois pesquisadores da USP. Thiago Allis é professor do curso de Lazer e Turismo da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Thiago explicou que o projeto de pesquisa estuda os conceitos e as práticas de cidades inteligentes, e que um dos focos do trabalho é atuar junto às comunidades da periferia da capital paulista.
“Trabalhamos com alguns grupos que se localizam no extremo noroeste da cidade de São Paulo, no bairro de Perus, com outros no extremo sul, na região de Parelheiros e na região da Penha. São coletivos que de alguma maneira lidam com cultura urbana, mas essencialmente com estratégias de produção de uma vida melhor nesses bairros”, destacou Thiago Allis.
Antes de encerrar a reunião, o vereador Marlon Luz lembrou que em dezembro do ano passado a Câmara Municipal de São Paulo aprovou a Lei das Antenas, que prevê a instalação de equipamentos de comunicação para ampliar o sinal de internet em toda a cidade, especialmente nas regiões periféricas da capital. “O que realmente mostra e traz a preocupação do município em levar internet e tecnologia para a população menos atendida”.
A reunião de hoje está disponível na íntegra abaixo:
