A Comissão de Estudos para a Criação de um Plano de Cidade Inteligente para a capital paulista, instituída pela Câmara Municipal de São Paulo no fim do ano passado para desenvolver políticas públicas sustentáveis, se reuniu na tarde desta segunda-feira (14/3) para dar continuidade aos trabalhos. O conceito, conhecido mundialmente como Smart City (Cidade Inteligente), visa aprimorar soluções tecnológicas com a finalidade de planejar o crescimento econômico e proporcionar qualidade de vida à população.
Na reunião de hoje, a Comissão recebeu o diretor do departamento de zeladoria urbana da Secretaria Municipal de Subprefeituras, Radyr Papini. Por meio de vídeochamada, Radyr apresentou sistemas de informatização da Prefeitura que estão em funcionamento e projetos em fase de testes. Ainda no encontro desta tarde, o vereador Daniel Annenberg (PSDB), membro do grupo de trabalho, também expôs informações relacionadas à importância da tecnologia e dos projetos elaborados pela Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia na época em que esteve à frente da pasta (2017 a 2019).
O presidente da Comissão, vereador Marlon Luz (MDB), falou sobre os temas tratados na reunião e a relevância da informatização para facilitar a vida das pessoas que vivem na capital paulista. “Ouvimos aqui o Radyr, que pôde falar um pouco sobre as tecnologias que estão sendo utilizadas na Secretaria (Municipal de Subprefeituras) e como a cidade de São Paulo está conectada”. Marlon também fez considerações sobre a apresentação de Annenberg. “São projetos que ainda podem ser executados com cada vez mais amplitude, principalmente no tema sobre capacitação tecnológica, tanto para servidores públicos quanto para a população”.
O vereador Daniel Annenberg (PSDB) explicou que quando assumiu a Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia, em 2017, a pasta não existia. “Fui o primeiro secretário da Secretaria de Inovação e Tecnologia. Não existia essa secretaria. Onde estavam os serviços da secretaria, parte era da Secretaria de Serviços e parte da Secretaria de Gestão. A gente juntou tudo isso em uma secretaria e virou a primeira Secretaria de Inovação e Tecnologia da cidade de São Paulo”.
Após contextualizar a criação da pasta, Annenberg falou sobre o processo inicial da pasta para tornar a capital paulista mais inteligente e humana, tendo de lidar com a desigualdade social da cidade. “Lembrando que a gente precisava dialogar com realidades totalmente diferentes – do Jardim Europa ao Jardim Ângela”.
O parlamentar frisou a importância da abertura de dados para dar transparência e a promoção da inclusão digital como relevante ferramenta para a inserção social. Entre os desafios, Daniel Annenberg destacou a modernização da infraestrutura digital e o uso das tecnologias para aproximar a Prefeitura das pessoas. “Cidades inteligentes são cidades comprometidas com o desenvolvimento urbano e a transformação digital sustentável, nos seus aspectos econômicos, ambientais e socioculturais, que atuam de forma planejada, inovadora e inclusiva”.
Representante da Prefeitura
O diretor do departamento de zeladoria urbana da Secretaria Municipal de Subprefeituras, Radyr Papini, apresentou alguns sistemas tecnológicos já utilizados pela Prefeitura da capital. Como exemplo, ele citou uma ferramenta para mapear os serviços de gestão de zeladoria. “Controla todas as operações de zeladoria, registra a localização de onde são feitos os serviços, como tapa-buraco, poda de árvore, limpeza de córrego. São todos os serviços feitos pelas Subprefeituras”.
Radyr também falou sobre o uso da tecnologia para identificar a qualidade do asfalto das vias. “É um sistema totalmente automático. Ele é instalado na bandeja do veículo e conectado com o celular do motorista”, disse Papini. “Vai para um servidor que processa a informação e vai dando para a gente a qualidade da rua”.
O diretor de zeladoria explicou que com o sistema foi possível identificar danos causados por concessionárias que prestam serviço na cidade. “Conseguimos identificar locais que têm intervenção da Sabesp ou da Comgás em recapeamento que foi feito. Nesses casos, pudemos cobrar eles para refazerem o serviço”.
Radyr Papini destacou ações tecnológicas para fornecer os TPUs (Termos de Permissão de Uso) aos ambulantes por meio do programa “Tô Legal”. Ele também citou a criação de novas plataformas digitais para desburocratizar o processo de adoção de praças públicas e controlar a vazão da água nos reservatórios, conhecidos como piscinões.
Papini também falou de um novo sistema, ainda em fase de testes, para mapear o que ocorre na cidade em tempo real. “Monitora dados do pluviômetro, de chuva, o fluxo dos rios, o índice de altura dos rios, como está a capacidade e puxamos os dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) sobre alagamentos”.
Radyr mencionou ainda plataformas que atualizam a previsão do tempo e geram alertas de riscos para as subprefeituras. “Temos um serviço conectado que dá a previsão e um algoritmo que calcula a previsão de chuva, se vamos ter por meia hora, duas horas, seis horas, 12 horas, qual a possibilidade de ocorrências de alagamento, transbordamento, queda de árvore na cidade. Isso vai gerar um alerta por região do que pode acontecer ali”.
A reunião da Comissão de Estudos está disponível no vídeo abaixo: