A Comissão Extraordinária de Inovação, Tecnologia e Cidade Inteligente da Câmara Municipal de São Paulo abordou na reunião desta quarta-feira (16/10) mecanismos para melhorar a infraestrutura tecnológica de São Paulo e transformá-la em uma cidade inteligente. O geoprocessamento também foi pautado pelo colegiado com soluções para a gestão urbana e serviços públicos, além de projetos que possam contribuir para que a capital paulista se torne referência em cidades inteligentes do Brasil.
Convidados
Empresas do setor de tecnologia foram convidadas a participarem e a contribuírem com os trabalhos da Comissão. O diretor comercial da Emive destacou o portfólio de serviços que presta ao propor soluções para cidades inteligentes, como: inteligência artificial, soluções integradas, segurança cibernética e sustentabilidade. No entendimento de Igor Facella, estas são tendências de mercado necessárias para a implementação de novos modelos de smart cities.
“Projetos de muito valor agregado e com soluções precisam ser acompanhadas destas tendências. Tecnologias capazes de analisar de forma inteligente dados e imagens para gerar estatísticas e alertas, assim, teremos um monitoramento mais precioso. Segurança cibernética é importante para mantermos as informações integras”, concluiu o representante da Emive.
Já o expositor da empresa Geoline trouxe as aplicações de geoprocessamento no contexto de iniciativas voltadas a cidades inteligentes. O sócio-diretor Charles Alessandro Mendes de Castro explicou aos integrantes do colegiado as bases para implementar ferramentas capazes de ajudar o Poder Público na gestão de eventos climáticos, como poda de árvores e inundações.
“Existe aplicabilidade de ferramentas que tornam isso mais rápido e eficiente, concisa para o crescimento municipal. A base para toda cidade inteligente é o georreferenciamento de todos os patrimônios (via pública, árvores, postes…). A gente precisa entender os pontos de gargalo e isso fazemos por meio de um processo chamado aéreo-levantamento. Temos, por meio de imagens, os pontos críticos e, assim, traçamos um planejamento”, explicou o sócio-diretor da Geoline.
O setor de telecomunicação foi representado pela Tim Brasil. Alexandre Dal Forno, diretor de Desenvolvimento e Negócios, expôs que a companhia direciona estratégias e investimentos à integração da banda 5G em toda a cidade.
“A velocidade com que os dados chegam por meio do 5G proporciona melhorias em toda a cidade. Trabalhamos para melhorar e desenvolver a conectividade de setores importantes, como: agronegócio, logística, comunicação em rodovias, além de soluções para smart cities e utilities. Temos soluções em conectividade para o uso de câmeras, logo podemos contribuir por meio de uma rede móvel robusta e agilizar serviços fundamentais”, apontou Dal Forno.
Por fim, a Fundação Vanzolini – ligada à Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) e que possui um termo de cooperação técnica firmado com o Legislativo paulistano – apresentou propostas para revitalizar o centro de São Paulo. Professor doutor e coordenador do grupo de pesquisas Cidades Inteligentes da Fundação Vanzolini, Marcelo Pessoa, comentou que a infraestrutura já existente na região reforça o modelo proposto.
“Centros de grandes cidades, não só em São Paulo, se tornam abandonados ao longo do tempo, e atualmente precisam passar por uma revitalização. Esta é nossa proposta, por meio de altas tecnologias e construindo um sistema que capture todas as informações da cidade, algo como um gêmeo digital, como chamamos. Um computador simula o que acontece em determinados locais e, assim, podemos fazer levantamentos e estudos. Ao observarmos em tempo real as imagens conseguimos acompanhar os fatos e tomar iniciativas”, descreveu o professor.
Comissão
O presidente do colegiado, vereador Sansão Pereira (REPUBLICANOS), ao conduzir a reunião, declarou que o principal objetivo é desburocratizar o sistema e tirar os entraves para fazer com que São Paulo assuma uma posição de destaque no cenário nacional quanto à tecnologia empregada na administração pública.
“Estamos ouvindo especialistas e vamos montar um laboratório de dados para fazer com que as estratégias definidas possam na prática chegar às pontas. Não adianta ter equipamentos sofisticados se eles não chegam onde precisa, que é a população. Então, nosso propósito é trabalhar para desenvolver a cidade, fazer com que ela cresça trazendo empregabilidade e renda”.
Participaram da reunião da Comissão de Inovação, Tecnologia e Cidade Inteligente os parlamentares: Sansão Pereira (REPUBLICANOS) – presidente, Alessandro Guedes (PT) e Marlon Luz (MDB). A íntegra pode ser assistida no vídeo abaixo: