RENATA AFONSO
DA TV CÂMARA
São Paulo deve criar, até o final do ano, mais quatro pátios de compostagem. A informação é do presidente da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), Edson Tomaz de Lima Filho. Ele participou da reunião de trabalho da Comissão de Meio Ambiente nesta terça-feira, (7/11), na Câmara Municipal de São Paulo. Esses pátios transformam o lixo orgânico em um composto que pode ser aplicado na agricultura, por exemplo.
“Hoje nós temos apenas uma [central], mas com capacidade de operar dez toneladas de resíduos orgânicos de feira por dia. Essas dez toneladas geram duas toneladas de composto. A nossa expansão agora é para mais quatro e, ao mesmo tempo, vamos dobrar a capacidade de cada uma. Se hoje está com dez, a gente vai dobrar essa que está na Lapa para 20 toneladas por dia. E as outras quatro também passarão a ter capacidade de compostagem de 20 toneladas diárias”.
Ainda de acordo com Filho, a Prefeitura e as empresas de coleta de lixo pretendem realizar uma campanha permanente para conscientizar a população sobre a importância da reciclagem. São Paulo coleta diariamente 12 mil toneladas de resíduos.
“Nós temos um potencial de 3,6 mil toneladas passíveis de reciclagem, e hoje a gente recicla talvez 2% ou 3% disso. É muito pouco”.
Para o presidente da Loga (Logística Ambiental de São Paulo), Marcelo Gomes, a população precisa entender que o lixo é responsabilidade de todos.
“O cidadão aqui em São Paulo gera uma média de 1,1 kg por dia de resíduos. Então, se cada um tiver essa consciência já ajuda muito. Eu falei da necessidade de uma política de educação. E aí envolve não só área de resíduos, mas as secretarias de Educação, Saúde, Finanças e Meio Ambiente. São atores muito importantes para ajudar a mudar essa visão”.
O presidente da empresa Ecourbis Ambiental, Nelson Domingues, concorda com Gomes sobre a importância da conscientização. “As crianças que estão na escola têm papel de educadores dos pais e dos adultos. Então a base do sucesso da reciclagem nasce com as crianças e na educação das mesmas”.
O assunto foi debatido na Comissão de Meio Ambiente a pedido do vereador David Soares (DEM). Ele está otimista na busca por uma solução.
“Existe hoje uma concessão e duas empresas são responsáveis. Elas expuseram os problemas delas, que também devem ser ouvidos. E, principalmente, o que faremos para permitir uma agregação maior de valores e trazer a população para participar? Hoje vemos uma população que deposita esse lixo, que não o encara como uma verdadeira fonte de recursos. E essa foi uma das ideias que nós lançamos aqui. Tenho certeza que virão Leis em curto tempo para resolvermos essa situação da reciclagem”, disse o parlamentar.