A Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher promoveu na manhã desta sexta-feira (12/11), uma Audiência Pública para discutir a “A Vigilância em Saúde do Trabalhador no contexto da pandemia”. A proponente do debate foi a vereadora Juliana Cardoso (PT).
Segundo requerimento aprovado pelo colegiado, a Vigilância em Saúde do Trabalhador visa à promoção da saúde e a redução da morbimortalidade da população trabalhadora, por meio da integração de ações que intervenham nos agravos e seus determinantes decorrentes dos modelos de desenvolvimento e processos produtivos.
De acordo com Juliana, é importante que haja um diálogo constante com os trabalhadores e a comunidade para planejamento de ações da Saúde diante das sequelas deixadas pela Covid-19. A parlamentar também ressaltou a importância da criação de mais vagas de trabalho para o setor.“Entre outros apontamentos, é urgentíssima a necessidade de concursos públicos. A Vigilância não pode ser terceirizada, é necessário que continue pública, direta, já que tem o papel de promoção, prevenção e assistência à Saúde”, comentou a vereadora.
Covisa
Presente à audiência, o coordenador da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde), Luiz Artur Vieira Caldeira representou a Secretaria Municipal de Saúde. Ele destacou os obstáculos enfrentados pelos profissionais da Saúde durante o pico a pandemia de Covid-19 e os avanços alcançados com a vacinação. “Quando você tem uma estrutura organizada, com profissionais treinados e empenhados, faz toda a diferença. A nossa campanha de vacinação é um exemplo claro. Se não tivéssemos uma rede bem estabelecida, uma central de armazenamento e distribuição equipada para se fazer toda logística, não conseguiríamos fazer a vacinação com a velocidade que foi”, observou Luiz Artur.
CRST
Representando o CRST (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) da região oeste da capital, que abrange os bairros da Lapa, Pinheiros e Butantan, João Carlos Foganholo comentou sobre o trabalho desenvolvido na cidade. Ele explicou que durante a pandemia o CRST fez vistorias atendendo a 352 denúncias sobre o não cumprimento dos protocolos estabelecidos para a prevenção do coronavírus e contaminação das pessoas. “Além desses serviços, nós tivemos um acentuado número de atendimentos de trabalhadores relacionado ao serviço de trabalhadores radialistas e bancários. Setores que atuaram, principalmente, no formato de teletrabalho”, disse João Carlos.
Mesa de Negociação
Cecília Martins, socióloga que faz parte da Mesa de Negociação do MP (Ministério Público) falou sobre a reestruturação da Covisa em nome dos trabalhadores. “O nosso objetivo é verificar o que é possível melhorar e resolver para prestar um bom atendimento à população de São Paulo. Nessa Mesa dirigida pelo Ministério Público Federal do Trabalho, nós já fizemos várias discussões, como a questão dos recursos humanos. Nós precisamos de mão de obra concursada, trabalhadores preparados e capacitados”, explicou.
SINDSEP
A enfermeira Lourdes Estevão, diretora do SINDSEP (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Paulo) comentou que antes mesmo da Covid-19 se alastrar, vários trabalhadores solicitaram ações de prevenção contra o coronavírus. “Todas as ações da Vigilância, nesses últimos tempos, se voltaram para a pandemia. Nós entendemos que essa foi uma situação desconhecida, mas a pandemia deixa a lição de que nosso sistema de Saúde deve se preparar para esse tipo de enfrentamento. Muitas vezes nós cobramos ações preventivas ao governo, mas não fomos ouvidos”.
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