A Comissão de Trânsito, Transporte, Atividade Econômica, Turismo, Lazer e Gastronomia instalou nesta quarta-feira (17/5) a Subcomissão do Bilhete Único, que tem como objetivo acompanhar o processo de concessão do serviço à iniciativa privada dentro do Plano de Desestatização do prefeito João Doria (PSDB).
O presidente da Subcomissão é o vereador Alessandro Guedes (PT), autor do pedido de criação da Subcomissão, e que já apresentou um requerimento de informações à Prefeitura.
“Como garantir a segurança e o sigilo dos dados dos mais de 15 milhões de usuários do Bilhete Único? Quantos bilhetes existem de fato na cidade? Qual é o custo que esse sistema tem para o município? E se vale a pena privatizar ou não? Qual será o tempo de concessão da administração do bilhete único? A nossa intenção com a subcomissão é proteger a população.”
O relator dessa Subcomissão do Bilhete Único será o vereador João Jorge (PSDB). Ele disse que não há problema nenhum em se discutir a concessão do Bilhete Único à iniciativa privada.
“Eu vou dar minha contribuição com bastante zelo, cuidado e estudando bastante o assunto. Eu tenho um bom canal de conversa com o governo, com as secretarias de Mobilidade e Transporte e de Desestatização e Parcerias. Nós temos de debater o assunto.”
Além do presidente Alessandro Guedes, e do relator João Jorge, a Subcomissão do Bilhete Único terá como vice-presidente o vereador Conte Lopes (PP). A Subcomissão vai se reunir a cada três semanas, às quartas-feiras, a partir de 11h, no Plenário 1º de Maio. A primeira reunião está marcada para acontecer no dia 7 de junho.
A Comissão de Trânsito também tratou do novo edital de licitação do sistema de transporte coletivo da cidade de São Paulo, que deve ser lançado até o final desse semestre. Foi feita uma apresentação da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) que demonstrou os benefícios de um frota de veículos movidos com a chamada energia limpa, incluindo ônibus elétricos, híbridos e os trólebus. A diretora da ABVE, Iêda Maria Alves de Oliveira, entende que se a licitação do sistema de transporte coletivo de São Paulo não contemplar a energia limpa será um retrocesso.
“Porque São Paulo é o carro-chefe do Brasil, da América Latina. E o que se fizer aqui será imitado por outras cidades. As pessoas estão morrendo por causa da qualidade do ar e os ônibus tem uma participação importante nisso. Eles consomem diesel, um combustível altamente poluente”.
Durante a apresentação, a diretora da Associação Brasileira do Veículo Elétrico apresentou uma proposta de substituição dos 15 mil ônibus movidos à diesel na cidade de São Paulo por ônibus elétricos, híbridos e trólebus, em um prazo de 10 anos. Ela explicou que se houvesse a troca de toda a frota por veículo elétricos, haveria um aumento de apenas 5% no preço, isso em relação aos ônibus à diesel. Mas a vantagem seria conquistada na saúde.
“Quando a qualidade do ar está ruim, há um aumento de 32% nas internações. E em São Paulo morrem em média 4 mil pessoas por ano diretamente ligadas à qualidade do ar. Quer dizer, você joga isso para a quantidade de internações, pra quanto isso custa para a cidade. Pode-se dizer que o impacto financeiro da troca da frota para energia limpa é pequeno.”
O vereador Adilson Amadeu (PTB) entende que, como a nova licitação está perto de ser divulgada, a Câmara Municipal tem que contribuir e pensar na saúde das pessoas. O vereador disse que pretende conversar sobre o tema com o secretário municipal de Mobilidade e Transporte.
“Estou propondo uma reunião antecipada com o secretário Sérgio Avelleda e também para a Comissão se aprofundar mais no assunto, inclusive visitando as fábricas desses ônibus que circulam com energia limpa. Se outros países estão adotando essas tecnologias, nós também queremos que São Paulo o faça”, disse.
O presidente da Comissão de Trânsito, o vereador Senival Moura (PT), disse que os vereadores pediram a realização de uma Audiência Pública para aprofundar o tema, porque a energia limpa é fundamental para o meio-ambiente.
“Vou tentar viabilizar a audiência pública, apesar da dificuldade da falta de datas disponíveis, já que é um tema importantíssimo, especialmente por esse momento que vai se realizar o novo edital de licitação do sistema de transporte coletivo da cidade de São Paulo, uma das maiores licitações do mundo”.
O Plano apresentado pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico para a troca da frota de ônibus da cidade de São Paulo para a energia limpa é de 10 anos, com a troca completa da frota se completando em 2027.