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Comissão debate retaliação a estudantes que ocuparam escolas estaduais

Por: - DA REDAÇÃO

29 de junho de 2016 - 17:40

A Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara Municipal debateu em audiência pública realizada nesta quarta-feira (29/6) uma denuncia de retaliação sofrida por estudantes e professores que participaram dos atos políticos de ocupação das escolas estaduais no inicio do ano.

De acordo com denuncia apresentada, após a desocupação das escolas públicas estaduais e ETCs (Escola Técnica Estadual de São Paulo) na cidade de São Paulo, os alunos e professores estão sofrendo perseguição da direção das escolas e inclusive com escolta policial.

“A pós-ocupação implica em uma política de intimidação e retaliação de professores apoiadores do movimento e de alunos que participaram do movimento. Espero que a polícia cumpra o papel de segurança, e não de intimidação. Eu me sinto triste, luto há 25 anos na educação, sou professora universitária e não abandono a escola pública porque acho que tenho um papel enquanto educadora. Me parece que as pessoas estão confundindo determinações políticas e ideológicas com o papel da educação”, afirmou a professora Dalva Aparecida Garcia, uma das autoras da denúncia.

A representante do Comitê de Pais e Mães em Luta, uma reunião de pais, educadores e apoiadores dos atos políticos de ocupações, Cristina Lopes, é psicóloga e participa de um movimento de atendimento terapêutico aos estudantes que sofreram possíveis atos de violência pós-ocupações.  Para ela, é preciso que haja uma ação efetiva de mediação de conflitos entre os atores da comunidade escolar.

“O que a gente observa é uma palavra interditada, uma subjetividade que a todo o momento é negada, dessas pessoas serem vistas como criminosos e não como sujeitos que lutaram pelo bem comum e coletivo. Eles merecem, precisam e tem o direito de que isso seja reescrito e resignificado dentro da escola. Que o governo observe isso que ele provocou e possa dar condições para que a escola, com ação de mediadores de fora, possam orientar, ouvir, promover o dialogo das diferenças. Porque é nas diferenças que as pessoas têm que ser respeitadas. Não precisam ser todos a favor de uma ocupação, mas que seja claro que isso ocorreu pelo bem comum e que todos devem ser respeitados”, disse.

O Coronel Dimitrios Fyskatoris, responsável pelo comando de policiamento da capital, esclareceu que por parte da Policia Militar não houve ação programada para escolta especial dos envolvidos nos atos de ocupação. “Deixo claro aqui que a participação da PM no processo de invasão ou desocupação só se fez por solicitação de requisição de apoio ao Poder Judiciário. Para se fazer cumprir a lei em episódios de casos de reintegração da posse e nada mais”, explicou.

Segundo o representante da Secretaria Estadual de Educação, Wilson Levy, a secretaria vem acompanhando a situação dos estudantes e em especial da escola Fernão Dias Pais, na zona sul da capital, e vem atuando em busca de um consenso possível para resolução das denuncias. “Essa escola foi emblemática no contexto das ocupações, nós entendemos que muita coisa positiva foi construída pelos estudantes e queremos aproveitar isto para melhorar o nossos espaços de consultas e deliberação democrática”, destacou.

“De encaminhamento fica de fazermos uma nova audiência publica e também inclusive fazer uma visita à escola. Acho que dali por diante vamos tentar progredir nessas questões e nas soluções imediatas”, ressaltou o vereador Toninho Vespoli (PSOL).

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