Comissão Extraordinária Permanente de Direitos Humanos, Cidadania e Relações Internacionais realizou nesta quinta-feira (27/11) uma reunião com representantes dos governos municipal e estadual para discutir os projetos de reinserção de ex-detentos no mercado de trabalho.
De acordo com os participantes, uma das maiores dificuldades para se arrumar emprego para egressos prisionais é o preconceito. “A sociedade ainda tem receio quando a pessoa diz que é ex-detento e isso dificulta um pouco na recolocação no mercado de trabalho”, explicou o coordenador do trabalho da secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, José Trevisol. Para tentar ajudar essas pessoas, ele explicou que no município, o CAT (Centro de Apoio ao Trabalho) é a principal maneira de auxiliar um ex-detento a encontrar um emprego. “Analisamos o perfil do candidato e os encaminhamos para as empresas que já estão cadastradas e que tem potencial para admitir a pessoa”, afirmou.
O governo do estado também tenta ajudar na reinserção no mercado de trabalho. O Pró-Egresso (Programa Estadual de Inserção de Egressos do Sistema Penitenciário) foi criado em 2010 e oferece apoio para os que cumpriram pena ou estão em regime semi-aberto. “As empresas que ganham a licitação devem reservar parte das vagas para ex-detentos. Os que estão em regime semi-aberto trabalham e voltam para a prisão. Para quem está em liberdade, orientamos a pessoa a providenciar a documentação e a participar dos processos seletivos”, explicou a supervisora do projeto, Meri Floriano.
Trevisol levantou durante a reunião a necessidade de se pensar na qualificação dos ex-detentos. “Debates assim são importantes para pensarmos em políticas para não apenas ajudar na recolocação no mercado, mas em cursos de capacitação”, afirmou.
Para o presidente da Comissão, vereador Ari Friendebach (Pros), o debate foi muito importante e uma das propostas que ele irá apresentar ao governador é o auxílio para que ex-detentos consigam tirar toda documentação pessoal. “Para arrumar emprego eles precisam estar com a documentação completa. Por isso, vamos encaminhar um ofício ao governador para que seja criado o ‘kit documentação’ para que o egresso já saia da prisão e tenha condições de procurar um emprego”, afirmou.