A construção de um prédio em um terreno na rua José Maria Lisboa, localizado na região do Jardim Paulista, foi discutida nesta sexta-feira (12/8) pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de São Paulo. A população é contrária à obra.
Para fazer o empreendimento, a construtora proprietária do terreno deverá cortar cerca de 50 das 95 árvores que tem no local e demolir um casarão da década de 40. Conhecido como Casa das Árvores, a população defende a preservação do terreno em meio aos vários prédios no Jardim Paulista. “É imoral construir um prédio tão alto em uma área totalmente verticalizada e ainda autorizar o corte de muitas árvores. Vamos lutar para defender o verde”, sinalizou o integrante do movimento Salve a Casa das Árvores Luiz Antônio de Araújo Queiroz, que mora há 13 anos na região. O grupo acionou o Ministério Público e conseguiu uma liminar na Justiça para impedir a demolição do casarão. No entanto, o objetivo é garantir a preservação do terreno inteiro.
O agrônomo do Depave (Departamento de Parques e Áreas Verdes) da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente Sérgio Arimori garantiu que toda a legislação está sendo respeitada e que a construtora irá fazer a compensação ambiental necessária. “A área é protegida por decreto estadual por ser considerada patrimônio ambiental. Mas a remoção é permitida, desde que se enquadra em casos de excepcionalidade e habitação é uma dessas situações mediante a compensação ambiental”, disse.
O representante da prefeitura sinalizou que o Depave realizou o melhor possível para permitir essa obra. “Temos a plena certeza que a análise técnica foi efetuada dentro de tudo que a legislação exige, inclusive em relação a área permeável e a compensação ambiental. O Depave tirou o melhor que pode análise desse empreendimento”, acrescentou.
Os argumentos de Arimori não foram suficientes para os representantes do movimento Salve a Casa das Árvores, e o vereador que promoveu a audiência, Aurélio Nomura (PSDB). “Vamos solicitar toda a documentação das secretarias do Verde e de Licenciamento porque não existe excepcionalidade nesse caso. Precisamos pensar na qualidade de vida e na sustentabilidade”, disse.