A reivindicação sobre o retorno da gratuidade do transporte público para idosos entre 60 e 64 anos marcou a reunião desta terça-feira (1/11) da Comissão Extraordinária do Idoso e Assistência Social. O pedido foi feito por integrantes da sociedade civil e ouvida por representantes do Executivo e Legislativo. O tema já havia sido discutido na última reunião do colegiado.
O conselheiro do CMI (Centro Municipal do Idoso) Centro, Nadir Amaral, destacou estudos que comprovam que, orçamentariamente, é possível retomar a gratuidade do transporte público para pessoas acima de 60 anos. “Hoje somos quase dois milhões de idosos na capital paulista e necessitamos do transporte público gratuito e políticas públicas que contem com a participação de todas as secretarias”, destacou.
Já o coordenador do Fórum do Idoso do Campo Limpo, Jeruzael Santos Ribeiro, ressaltou que a retirada do transporte público gratuito para os idosos foi uma retirada de direitos e considerou a atitude criminosa. “A gratuidade do transporte público é um direito adquirido pelas pessoas acima de 60 anos. Essa retirada foi criminosa, porque prejudica a vida de quem precisa se deslocar pela cidade, muitas vezes, atrás de médico e remédio”, frisou.
Ribeiro ainda anunciou que foram recolhidas aproximadamente três mil assinaturas, na região do Campo Limpo, para reivindicar uma ação educativa para capacitar motoristas, cobradores e usuários sobre a questão do idoso nos coletivos. “Temos relatos de idosos sofrendo com o desrespeito dentro dos ônibus, sem a priorização do acento e muitas vezes se machucando pela falta de cuidado do motorista. Por esse motivo se faz necessário que seja criada uma campanha educativa”, disse.
O representante da SPTrans (São Paulo Transporte S/A), João Lindolfo Filho, afirmou que estudos estão sendo feitos para analisar o retorno da gratuidade do transporte público na capital paulista. Ele garantiu que quando tiver uma deliberação oficial irá informar à Comissão.
O vereador Alfredinho (PT) lembrou que existe um projeto que deverá ser votado na Câmara e sustará o decreto do prefeito Ricardo Nunes (MDB). “A situação é simples: é só aprovar para derrubar essa lei e voltar a gratuidade”, explicou.
O vereador Gilson Barreto (PSDB) também se mostrou favorável ao retorno da gratuidade. “Sou favorável ao retorno da gratuidade e estamos empenhados nessa luta”, frisou.
Além da gratuidade do transporte público, o letramento digital também foi abordado na reunião. Para a conselheira da CMI Itaquera, Maria do Socorro, é importante que haja inclusão e letramento digital para os idosos. “Somos idosos e queremos participar do universo digital. É preciso criar maneiras de nos incluir”, pediu.
O presidente da Comissão, vereador Eli Corrêa (UNIÃO), destacou que os idosos devem ter a oportunidade de ser inseridos no mundo digital. “Vamos comprar a briga para que as pessoas acima de 60 anos possam ter o direito da inclusão digital”, destacou.
Já o vereador Major Palumbo (PP) também apoiou a questão da inclusão digital para os idosos e sugeriu a criação de um aplicativo para ajudar as pessoas com mais de 60 anos a encontrar serviços públicos na capital paulista. “Os serviços e programas para a população idosa estão dispersos pela cidade, precisamos organizar melhor os serviços dispensados a esse público e concentrá-los em um só lugar como um aplicativo”, sugeriu.
Ainda durante a reunião o colegiado aprovou um requerimento que pede a realização de Audiência Pública, sem data definida, para tratar do tema “Pessoa idosa PLOA 23”.
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