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Comissão vistoria depósito de lixo radioativo em Interlagos

18 de abril de 2011 - 19:19

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Thaís Lancman
Thaís Lancman

A Comissão Extraordinária Permanente de Meio Ambiente vistoriou nesta segunda-feira o terreno da antiga Nuclemon, atual INB (Indústrias Nucleares do Brasil). Localizada em Interlagos, na Zona Sul de São Paulo, a área foi contaminada por material radioativo remanescente da USAM (Usina de Santo Amaro), que funcionou até 1992.

Atualmente, 80 toneladas de terra contaminada permanecem no terreno da INB. Trata-se de material que foi processado e que, apesar de boa parte ter nível baixo de contaminação, consiste em rejeito nuclear, que contém urânio e tório.

Durante a visita, a Comissão de Meio Ambiente cobrou da INB e dos representantes da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) providências quanto ao plano de remediação que está sendo executado no terreno: terra contaminada e subprodutos da indústria nuclear estão sendo removidos do solo e colocados em um galpão. O processo, com duração prevista para seis meses, sofreu atraso por causa das chuvas e ainda está em execução.

O vereador Natalini (PSDB), presidente da comissão, disse que os parlamentares devem fazer um esforço para que o rejeito radioativo seja removido da Zona Sul da capital. Não estamos convencidos com os argumentos apresentados a respeito da baixa radioatividade do material. São Paulo tem áreas licenciadas para o lixo perigoso, o que não é o caso daqui, afirmou.

Segundo Valter Mortágua, responsável pelas ações de limpeza da área, o galpão evita dispersão do lixo radioativo. Além disso, ele afirma que a região está devidamente sinalizada, e que os muros e cercas impedem a contaminação de desavisados. Após a remoção da terra, o local estará apto para uso irrestrito. Será o marco zero da remediação técnica, disse Mortágua.

O colegiado já aprovou requerimento que convida representantes da INB, da CNEN e da CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) a prestarem esclarecimentos em reunião ordinária. O governo federal tem o monopólio da indústria nuclear no Brasil, logo cabe a ele o licenciamento que define o destino do lixo radioativo.

(18/04/2011 – 16h05)

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