(Fabio Jr Lazzari/CMSP)
As Comissões da Verdade municipal, estadual e federal começaram a articular trabalhos conjuntos em reunião na Câmara nesta terça-feira (9). Membros dos três colegiados concordaram na importância desse intercâmbio. Anivaldo Padilha, da Comissão Nacional, apontou que dessa forma será possível desvendar os tentáculos da ditadura e como diversas instituições colaboraram com o regime.
Padilha confirmou que o órgão federal está disposto a contribuir para que a Câmara convoque depoentes para vir ao Legislativo paulistano esclarecer sua atuação no período militar. Somente a Comissão Nacional tem atribuição legal para isso, explicou. O convênio de cooperação será renovado, e a convocação do Coronel Brilhante Ustra e do ex-ministro Delfim Netto ainda depende de tratativas entre os parlamentares.
A Comissão Estadual foi representada na reunião da Câmara pelo deputado Adriano Diogo, que sugeriu alguns encaminhamentos para os vereadores. A Comissão Municipal poderia fazer um levantamento dos logradouros públicos que tenham nome de pessoas ligadas à repressão, além de escolas municipais e praças. Seria significativo mudar os nomes, como Viaduto Costa Silva, mas isso é difícil, então sugiro pelo menos o levantamento, disse.
O presidente da Comissão Municipal da Verdade, vereador Natalini (PV), chamou seus colegas do Estado e União para uma primeira ação conjunta: a visita a Cláudio Guerra, que teve suas memórias transformadas no livro Memórias de Uma Guerra Suja. Atualmente vivendo no Espírito Santo, foi um dos policiais mais poderosos da Região Sudeste nos anos 1970. Lendo o livro, senti muitas verdades do que vivi no período da ditadura, então será importante termos esse depoimento, argumentou Natalini, que foi preso político no regime militar.
(9/4/2013 – 13h35)
