Durante reunião do Comitê Extraordinário de Chuvas e Enchentes da Câmara Municipal de São Paulo, realizada nesta quinta-feira (4/4), o secretário municipal das Subprefeituras, Alexandre Modonezi de Andrade, prestou esclarecimentos sobre a atuação da pasta frente às fortes chuvas registradas na capital, nos dias 10 e 11 de março.
Questionado pelo vereador Gilberto Natalini (PV), presidente do comitê, sobre o aumento dos pontos de alagamentos (de 238, em 2018, para 700, neste ano), Modonezi reforçou a explicação dada na semana anterior pelo presidente da AMLURB (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), Edson Tomaz de Lima Filho. “A limpeza foi realizada, como apresentado no Plano Verão 2018/2019. Mas a quantidade de chuvas concentradas em 2019 foi muito maior do que no ano anterior. E justamente essa inconstância não pode ser prevista”, afirmou Modonezi.
Ao comentar o trabalho preventivo realizado pelas subprefeituras, o secretário ressaltou a “extensiva limpeza” de bueiros e bocas-de-lobo, realizada durante todo o ano. E sinalizou que a solução efetiva para as enchentes é estrutural. “A resolução definitiva deste problema se dará através das grandes obras de infraestrutura, como piscinões, córregos e galerias”, disse o secretário de subprefeituras.
Outro ponto destacado por Modonezi foi o descarte irregular de entulhos. Apesar dos 1,6 mil pontos disponibilizados pela prefeitura, disse o secretário, a cidade enfrenta dificuldades para coibir o descarte irregular, principalmente nas áreas limítrofes do município. “Temos esse problema com as caçambas e caminhões, que eu considero um crime ambiental. Temos trabalhado para aumentar a fiscalização, para que essa prática seja coibida”, destacou.
Durante a reunião foram aprovados dois requerimentos, de autoria do vereador Adilson Amadeu (PTB), convidando para prestar esclarecimentos o diretor de gestão e serviços da AMLURB, Evaldo Azevedo, e os presidentes das empresas Soma e Inova, que atuam na limpeza urbana e varrição pública na capital.
Amadeu busca informações a respeito de uma reportagem veiculada na imprensa, segundo a qual foram canceladas 11.561 multas (72% de um total de 15.694 penalidades).
As multas foram aplicadas às empresas responsáveis pela limpeza e varrição por descumprimento de obrigações na prestação dos serviços contratados junto à Prefeitura. A matéria jornalística afirma que, com o cancelamento, cerca de R$ 9 milhões de reais deixaram de entrar nos cofres públicos.
Também foram aprovados três requerimentos, de autoria do vereador Camilo Cristófaro (PSB), e um do vereador Atílio Francisco (PRB), solicitando informações a diferentes órgãos municipais sobre a situação das ATTs (Áreas de Transbordo e Triagem) da cidade.
Para a relatora do comitê, vereadora Soninha (CIDADANIA23), a participação dos convidados é importante para a análise do problema e a formulação de propostas para as enchentes. “Quanto mais conhecemos os vários lados envolvidos em um problema, mais condições temos de fazer propostas saneadoras. Sabemos os problemas quanto à qualidade do serviço prestado, mas pode ser que as empresas também tenham informações pertinentes sobre as dificuldades que elas enfrentam”, apontou Soninha.
De acordo com o vereador Natalini, a participação do secretário das Subprefeituras auxiliou no entendimento do processo de limpeza da cidade. “Tivemos um problema gravíssimo de enchentes no começo deste ano e, com esse comitê, queremos mudar essa realidade. Portanto, quanto mais dados e informações forem obtidos, mais ações de combate às enchentes poderemos apresentar”, conclui o vereador.
Além de Natalini e Soninha, compõem o comitê os vereadores Adilson Amadeu (PTB), Alfredinho (PT), Atílio Francisco (PRB) e Camilo Cristófaro (PSB).
Também estiveram presentes à reunião os vereadores Claudinho de Souza (PSDB), Edir Sales (PSD), Milton Ferreira (PODE) e Toninho Paiva (PR).
A próxima reunião do Comitê Extraordinário de Chuvas e Enchentes está marcada para quinta-feira (11/4), a partir das 13h, no Plenário da Câmara Municipal de São Paulo.