Em reunião nesta quinta-feira (27/5), os integrantes do Comitê Emergencial de crise da Educação, vinculado à Comissão de Educação, Cultura e Esportes, receberam para um debate virtual, em nome da Secretaria Municipal de Saúde, Selma Anequini Costa, que está à frente da Covisa/DVE (Divisão de Vigilância em Saúde) da capital.
Durante sua apresentação, Selma demonstrou preocupação sobre a nova cepa detectada no Brasil, a variante indiana B.1.617.2 e falou das recomendações seguidas pelo município, segundo orientações da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) e Ministério da Saúde, tais como:
– Reforço das ações de identificação precoce de casos suspeitos, testagem e isolamento de casos e contatos;
– Aprimoramento de ações de monitoramento e quarentena de contatos (módulo monitoramento sistema e-SUS Notifica);
– Reforço de medidas não farmacológicas (uso de máscara, distanciamento, evitar aglomerações);
– Avaliação de medidas de restrição de circulação;
– Alerta e atenção para possibilidade de introdução de novas variantes.
“Desde quando recebemos o anúncio da variante da Índia, quando ela foi reclassificada como variante de atenção, nós estamos bastante mobilizados em São Paulo para o desenvolvermos ações que devem ser articuladas com o governo federal com a participação da Anvisa”, comentou Selma.
Inquérito sorológico
Vários integrantes do Comitê tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas sobre o trabalho da Secretaria de Saúde junto à Secretaria Municipal da Educação, como questões sobre os critérios de abertura e fechamento de escolas. “A gente segue o Plano São Paulo com as recomendações do governo do Estado para abertura e fechamentos de nossas escolas”, explicou Selma.
Vice-presidente da Aprofem (Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo), Margarida Genofre, perguntou se existe um levantamento específico de casos de Covid-19 em servidores da educação e alunos, porém não existem dados não específicos para a rede municipal de ensino, segundo explicações da representante da Covisa.
O vereador Celso Giannazi (PSOL) demonstrou preocupação sobre o tema. De acordo com o parlamentar, já são 220 profissionais da Educação mortos por complicações da Covid-19. “Infelizmente, me parece que a gente não tem um inquérito sorológico específico para os profissionais da Educação para que a gente possa saber, se de fato, a escola é um ponto de contágio ou não”, observou o parlamentar.
Volta às aulas
Presidente da Comissão de Educação, o vereador Eliseu Gabriel (PSB) quis saber sobre o posicionamento da representante da Saúde sobre a retomada das aulas presencias nas escolas da capital. “Se fosse para a senhora decidir, qual seria sua posição sobre a reabertura das escolas?”.
Para Selma, é uma questão muito complexa, já que vários parâmetros devem ser levados em conta para abertura ou fechamento da escola. “Se aumenta a transmissão da doença, aumentam os surtos também em escolas e outras instituições. Aumenta a transmissão conforme o aumento da circulação do vírus e o número de casos. Mas nem sempre esses surtos são relacionados à Covid-19, podendo ser outros vírus circulando como as síndromes gripais”.
Testagem
Integrante do Comitê, o vereador Eduardo Suplicy (PT) perguntou sobre o resultado dos testes feitos em professores e servidores da rede municipal de ensino.
“Os testes demonstraram se as pessoas tiveram contato com o vírus. A última atualização que temos demonstra que 27% de prevalência no número de profissionais da Educação que apresentaram anticorpos por terem tido contato com a doença”, disse Selma.
Outras dúvidas sobre vacinação, protocolos em escolas e transmissão da Covid-19 entre as crianças também foram debatidas durante a reunião.
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