O Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes é bom, porém precisa ser ampliado. Essa foi a cobrança apresentada pela psicóloga Dalka Ferrari na reunião da Comissão Extraordinária de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventude desta terça-feira.
Dalka participou do seminário do Comitê Nacional de Enfrentamento, evento que elaborou 18 propostas para avançar no combate à violência sexual.
O documento destaca a proximidade de grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014, como fator preocupante, pois cria uma situação nova de aumento da exploração sexual. A psicóloga ressaltou que não é apenas durante o evento que os abusos ocorrem. O entorno das obras de estádios são focos de violência sexual, disse.
Outro ponto que precisa ser melhorado em São Paulo, de acordo com o documento apresentado por ela, é a integração do atendimento. Deveria funcionar como rede, explicou, sobre o sistema que incluiria tanto a criança, sua família, psicólogos, educadores e a Justiça.
Para que a integração funcione, a psicóloga defendeu que a mudança primordial seja a forma com que a criança depõe, ainda na delegacia. Deveria ter a ficha única. Apenas um profissional colheria o depoimento, e essa ficha passaria para outros profissionais, esclareceu, argumentando que o mesmo procedimento tem sido aplicado com sucesso em outras capitais.
O presidente da Comissão Extraordinária de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventude, Floriano Pesaro (PSDB), acredita que cabe ao Legislativo aproximar o debate da população, mostrando que o abuso existe e é preciso combatê-lo. Ao mesmo tempo, para ele, é preciso criar ambientes de maior transparência para que as pessoas estejam mais dispostas a denunciarem e se sintam mais à vontade para isso.
(22/5/2012 – 13h50)
