Richard Lourenço/CMSP O Grande Conselho Municipal do Idoso comemora seus 25 anos
O Brasil está deixando de ser o país do futuro, ao menos sob a perspectiva da faixa etária da população. Com um número de jovens em queda livre, a quantidade de idosos passou da marca dos 15 milhões em 2016. E segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) eles serão 30 milhões em apenas cinco anos. Em 2060, um terço da população do país vai ter mais de 60 anos de idade.
Umas das explicações, além da queda nítida da natalidade, é o aumento da qualidade de vida. Como de costume, às vésperas do Dia do Idoso, lembrado em 1º de outubro, o assunto volta a chamar a atenção da mídia e da sociedade. E quem acompanha o cotidiano da chamada ‘melhor idade’ alerta que nem tudo ainda é motivo de comemoração.
A presidente do Grande Conselho do Idoso da cidade, Clotilde Benedik de Sousa, relata que as denúncias sobre a violação de direitos têm crescido de forma considerável. A assistente social participou, nesta quinta-feira (21/9), da celebração dos 25 anos da entidade, na Câmara Municipal de São Paulo.
“O idoso está vivendo mais, mas ainda não está vivendo melhor. Isso se faz sentir no aumento significativo das mais variadas denúncias que chegam ao Conselho. Por isso, cada esforço que tivermos de fazer será pequeno diante dos desafios que vamos enfrentar. Quero dizer aqui que nós continuaremos sempre na defesa intransigente dos Direitos Humanos”.
O promotor de Justiça para a área do idoso na capital paulista, Délton Esteves Pastore, reforçou a importância da integração do Poder Público para assegurar os direitos dos idosos.
“As dimensões ligadas a essa causa fazem com que o Legislativo e o Executivo saiam sempre na dianteira das soluções ligadas a esse tema. Mas muito ainda há por fazer, muito mesmo. E dentro desse trabalho nós sempre içamos a rede pública a trabalhar de forma integrada. Quando os órgãos dão as mãos, a eficiência do serviço público tende a melhorar”, afirmou Pastore.
O GCMI (Grande Conselho Municipal do Idoso) de São Paulo foi criado em 1992, por meio de uma lei sancionada pela então prefeita Luiza Erundina, hoje deputada federal (PSOL). A entidade tem como objetivo propor políticas ou atividades de proteção e assistência aos idosos, além de orientá-los sobre seus direitos e receber denúncias.
A iniciativa da homenagem foi do vereador Toninho Paiva (PR). “Comemorar esses 25 anos é muito importante. É uma homenagem não só ao Conselho, mas a também a nossos pais, avós e todos os idosos da cidade. Além da celebração do passado, também é um momento de se discutir o presente e os problemas enfrentados por eles, como a locomoção e o desrespeito aos seus direitos”.
O secretário municipal de Relações Governamentais de São Paulo reforçou as palavras do vereador. Além de reconhecer as dificuldades, Milton Flavio também destacou os benefícios garantidos por Lei nos últimos anos.
“São 25 anos de muita luta para uma população cada vez mais numerosa. A população que vivia até os 60 anos, no século passado, hoje passa dos 90. Hoje eles vivem novas oportunidades, aquilo que a legislação lhes permitiu usufruir, como o passe do idoso, a vacinação, o direito ao diagnóstico de câncer de próstata e, sobretudo, o próprio Estatuto do Idoso, que garante a eles uma respeitabilidade que no passado não existia”.
