O Conselho Estudantil que atua na Câmara Municipal de São Paulo realizou nesta segunda-feira (3/6) a 2ª Plenária do Meio Ambiente. Na conferência, os estudantes e educadores apresentaram propostas e projetos para o enfrentamento da emergência climática na capital paulista. Foram abordados temas que afetam diretamente a qualidade da educação no ambiente escolar, como o meio ambiente e o aquecimento global, o enfrentamento das ondas de calor nas instituições de ensino e os desastres ambientais causados pelo aquecimento global.
A atividade, iniciativa do vereador Celso Giannazi (PSOL), contou com a apresentação de produções de escolas municipais em torno do tema emergência climática. As ideias, formuladas nas escolas, foram transformadas durante o período de aprendizado e discussão em projetos que podem servir para legislações futuras. Para o parlamentar, é fundamental trazer o assunto ao Legislativo por meio das escolas como forma de pressionar por mudanças.
“Aproveitamos a Semana do Meio Ambiente para discutir as emergências climáticas na nossa cidade, olha o que acontece no Rio Grande do Sul. Os adolescentes precisam entender o que está acontecendo e, assim, eles contribuem com propostas para beneficiar a sociedade. Eles apresentaram matérias para que não passemos por situações como estas. Uma cidade que ouve as crianças é mais feliz e construtiva”, declarou Giannazi.
Clara Soares Zucchi, 15 anos, representante do Conselho Estudantil, sempre teve interesse em discutir as principais pautas da atualidade. Ela chegou a ser uma das primeiras integrantes do Conselho Mirim formado no Legislativo paulistano, em 2019. Após a pandemia, e dada a idade, a jovem faz parte agora do Conselho Estudantil, articulado para dar sequência ao trabalho já realizado.
“Hoje a gente abriu para que as escolas pudessem mostrar para a gente do Conselho e, consequentemente, passemos aos vereadores. Nós que vamos estar à frente disso lá na frente, pois a gente vai sofrer. Eu gostei muito de um projeto sobre embalagens biodegradáveis de cosméticos e outro que cria uma semana municipal do meio ambiente. É preciso que todos saibam o que acontece no mundo. Estamos enrolando a tomada de ações para algo que acontece agora. Precisamos nos conscientizar para lutar por uma cidade melhor”.
Ao todo, projetos de sete escolas municipais foram levados ao Conselho Estudantil. A estudante Maria Eduarda Lima Nogueira, 14 anos, apresentou um programa de conscientização para a preservação do meio ambiente. “Tantas coisas ruins no nosso meio, a gente tem que cuidar, pois nós mesmos que destruímos o nosso habitat”.
Rafael Cícero de Oliveira, professor de geografia da EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Vila do Sol, onde estuda a Maria Eduarda, afirmou que por estar ao lado da represa Guarapiranga, em área de manancial, se torna extremamente importante discutir a questão ambiental de São Paulo. “O projeto colocou toda a escola para pensar. Alunos levantaram ideias e soluções, e coletivamente, criamos o projeto ‘Escola Sustentável’. Ele trabalha com o processo de captação de energia pela incidência solar, além da destinação dos lixos. A ideia é garantir a sustentabilidade das nossas escolas”, declarou o docente.
A reunião Plenária do Conselho Estudantil sobre meio ambiente também contou com a presença de uma escola indígena. A professora Kerexu Mirin da Silva, professora da aldeia Krukutu, região de Parelheiros, extremo sul de São Paulo, trouxe uma demanda com o objetivo de fortalecer o projeto Cinturão Verde da tribo Guarani Mbya. “Nosso projeto, parado no momento, visa a proteção da floresta e nossa cultura. Trabalhamos muito a agricultura, protegendo nosso território. Precisamos fortalecer as atividades e trabalhar para preservar cada vez mais o meio ambiente da cidade”.
A íntegra da Plenária, que contou também com a participação do deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL-SP) e da deputada federal Luciene Cavalcanti (PSOL-SP), pode ser conferida no vídeo abaixo: